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Ipsemg: Greve no instituto deixa pessoas chorando de dor nos corredores


Gritos. Pessoas chorando de dor. Outras, já sem força, escoradas nas pilastras dos corredores. Algumas prestes a desmaiar. Houve até quem chamasse a polícia para denunciar a omissão de socorro. O cenário de caos é do Serviço Mé-dico de Urgência (SMU) do Hospital Governador Israel Pinheiro (HGIP), do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). Ontem, depois de um ano de manifestações, chegou ao ápice a paralisação da classe. São 72 horas de protesto. Até pelo menos amanhã os médicos só atenderão segurados e dependentes do instituto que estiverem correndo risco de morte.

A condição de urgência tem sido levado à risca. Mesmo chorando de dor e vomitando na sala de espera do SMU, Maria Lemos da Cruz, de 79 anos, não foi prioridade por ser idosa e teve que esperar para passar por uma triagem, para talvez ser atendida. Com câncer nos seios, dores pelo corpo por causa do tratamento de quimioterapia e muita fraqueza, Maria, que é aposentada pelo Ipsemg, chegou a passar mal na rua e foi levada por Kátia, que nem a conhecia, para a unidade.

“Quando vi que esta senhora tinha a carteira do instituto, trouxe-a para cá. Mas tem duas horas que estamos esperando. Ela está passando muito mal, mas não foi atendida mesmo assim”, reclamou Kátia, enquanto segurava Maria, que estava prestes a desmaiar.

Vítima da tuberculose há quatro anos, Nilsa dos Anjos, de 61, voltou a sentir os sintomas da doença ontem e foi ao SMU para ser medicada. Mas, depois de quatro horas esperando por atendimento, a enfermeira da triagem médica informou a Nilsa, que tossia muito, que o caso dela não era de emergência. Nilsa chamou a polícia e registrou um boletim de ocorrência contra o atendimento. “Trabalhei aqui por 33 anos e agora estou sendo tratada desse jeito”, revoltou-se Waltelina Messias de Jesus, que estava com fortes dores no corpo e indignada com a situação.


Fonte: Jornal Aqui
(Incluída em 30/03/2010 às 11:50)

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