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Em meio a pressão, projeto da ficha limpa será votado hoje

Câmara. Dezenas de manifestantes foram às ruas, ontem, em BH, para apoiar a proposta
Temer promete levar texto ao plenário, mas grupo de deputados quer "flexibilização"



Representantes de diversos movimentos sociais se reuniram ontem na praça Sete, região central de Belo Horizonte, para uma mobilização pela aprovação do projeto de lei da ficha limpa. Apesar da resistência de alguns parlamentares, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), confirmou na tarde de ontem que a proposta será colocada na pauta de votação, em plenário, ainda hoje.

Se aprovada, a lei obrigará que candidatos nas eleições a todos os níveis da administração pública tenham ficha limpa. Assim, aqueles que possuem condenação por crimes graves não poderão concorrer a cargos públicos. "É a melhor oportunidade de o Brasil extirpar esse câncer de maus elementos que se aproveitam da política para benefício próprio. Um país como esse não ode ser manipulado por gente que não tem respeito pelo povo brasileiro", defende Waldo Francisco Esteves, presidente da Associação Comunitária do Bairro Ermelinda um dos coordenadores do movimento na capital.

A presidente da Associação Mãos Limpas e membro da Forum Mineiro pela Reforma Política, Maria Amélia Mendes, afirma que, em Minas Gerais, muita gente vai acompanhar a votação pela televisão. Por causa da manifestação popular, ela acredita na aprovação do projeto. "Nós temos fé de que os deputados vão se sensibilizar e atender aos anseios do povo. O Brasil inteiro está se movimentando", afirmou Maria Amélia.

O projeto entrou em discussão no Congresso no ano passado, após receber mais de 1,6 milhão de assinatura de eleitores de todo o país favoráveis à proposta da exigência de ficha limpa aos candidatos. Em fevereiro, um grupo de trabalho especial foi criado na Câmara para debater o assunto. Pela proposta apresentada, a lei poderá tornar inelegível por até oito anos candidatos que cometam crime doloso - com intenção da prática - ou que forem condenados por órgãos colegiados. Como se trata de uma emenda à Constituição, é necessário o voto da maioria dos deputados para aprovação, o que corresponde a 257 votos. A votação será nominal e aberta.

Resistência. Apesar do apelo popular, alguns parlamentares devem pedir mudanças no projeto o que pode atrasar a votação. O deputado federal José Genoino (PT-SP), réu no processo do mensalão, lidera um movimento na Câmara para flexibilizar o projeto. A intenção dela é tornar inelegíveis apenas candidatos condenados em última instância. Para valer já nesta eleição, o texto precisa ser sancionado até junho.

Fonte: O Tempo
(Incluída em 07/04/2010 às 09:45)

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