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Por todos os cantos: farra com o dinheiro público. Você vai pagar esta conta?


Crise financeira Federal
O Governo Federal, por orientação do novo ministro da fazenda, Joaquim Levy, está adotando medidas de ajuste fiscal que requerem um controle austero dos gastos públicos como forma de controlar a grave crise financeira que o Brasil está vivendo. A maior parte deste ajuste será paga pelo trabalhador, que terá pela frente restrições ao seguro-desemprego, à pensão por morte e ao seguro-defeso (que cobre o período de inatividade de pescadores).

Mas, ao mesmo tempo, os subsídios dos ministros, dos deputados, dos procuradores, ou seja, da “casta do serviço público federal”, são reajustados em índices bastante generosos, principalmente em um momento de crise como o que estamos vivendo (em valores muito superiores aos concedidos aos trabalhadores comuns), ainda mais se levarmos em conta os benefícios que vêm sendo concedidos à essa elite do funcionalismo, como auxílio-moradia, auxílio-saúde, auxílio- transporte, auxílio-livro e por aí vai.

O último órgão a instituir auxílio-moradia para seus membros, no valor de R$4.300,00, foi o Tribunal de Contas da União (TCU). Pelo efeito cascata, o mesmo direito se estenderá a todos os conselheiros dos tribunais estaduais.

Em outra linha, mas não menos grave, mulheres dos deputados federais se reuniram com o presidente eleito da Câmara, Eduardo Cunha, para pedir a volta do benefício que lhes garante passagens de graça para acompanhar os maridos deputados em viagens.

Segundo Izamar Rodrigues, esposa do deputado Remídio da Amatur (PR-RR), Cunha prometeu lutar para que o direito das mulheres às passagens seja novamente garantido.

Ou seja, em tempos difíceis, aqueles que “mandam” e que já se encontram em situação privilegiada, praticam o dito: “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

Crise financeira Estadual
Em Minas Gerais, o novo Governador, Fernando Pimentel (PT), ao se inteirar sobre os recursos deixados nos cofres do Estado, afirmou ter encontrado um rombo de cerca de R$2,5 bilhões. Depois dessa grave constatação, ele foi categórico ao dizer que todos os Poderes terão que ajudar a pagar esta conta e pede compreensão ao funcionalismo, pois a crise lhe impedirá, ao menos por ora, de melhorar a situação dos trabalhadores da forma como ele pretendia.

Enquanto isso, alheio ao que se passa em seu caixa, o Estado paga aos juízes auxílio-moradia no valor de R$4.700,00, auxílio-saúde de mais de R$ 2.200, auxílio-livro que pode chegar a R$12 mil anuais e, agora em janeiro, concedeu a eles um reajuste salarial de mais 14%, além dos 5% que foram concedidos de forma parcelada em 2013 (5% em 2013, 5% em 2014 e 5% em 2015).

Os mesmos benefícios foram conquistados pelos membros do Ministério Público, que, pelo princípio da “simetria”, exigiram os mesmos direitos concedidos aos magistrados.

No dia 5/02, nessa mesma linha, os deputados, sob o argumento da isonomia à concessão do auxílio-moradia aos juízes, seguido pelo Ministério Público (que também garantiu o benefício aos procuradores e promotores de justiça) votaram favoravelmente ao auxílio para eles mesmos.

Os representantes do sofrido povo mineiro (e do sacrificado funcionalismo) vão receber R$2.850,00 a título de auxílio-moradia. Com um detalhe: todos (juízes, procuradores de justiça, promotores e deputados) recebem o auxílio mesmo tendo residência própria na cidade em que trabalham.

Para decepção do eleitorado mineiro, apenas quatro deputados votaram contra o pagamento do benefício, sendo eles:
. Ione Pinheiro (DEM)
. Jean Freire (PT)
. João Leite (PSDB)
. Marília Campos (PT)

Já os deputados que votaram A FAVOR da proposta foram:
. Antônio Carlos Arantes (PSDB)
. Antonio Jorge (PPS)
. Arnaldo Silva (PR)
. Bosco (PTdoB)
. Cabo Júlio (PMDB)
. Carlos Pimenta (PDT)
. Celinho do Sinttrocel (PCdoB)
. Celise Laviola (PMDB)
. Cristiano Silveira (PT)
. Cristina Corrêa (PT)
. Dirceu Ribeiro (PHS)
. Douglas Melo (PSC)
. Duarte Bechir (PSD)
. Durval ngelo (PT)
. Elismar Prado (PT)
. Emidinho Madeira (PTdoB)
. Felipe Attiê (PP)
. Glaycon Franco (PTN)
. Gustavo Corrêa (DEM)
. Hely Tarquínio (PV)
. Iran Barbosa (PMDB)
. Isauro Calais (PMN)
. João Alberto (PMDB)
. João Magalhães (PMDB)
. Lafayette de Andrada (PSDB)
. Leandro Genaro (PSB)
. Mário Henrique Caixa (PCdoB)
. Missionário Márcio Santiago (PTB)
. Noraldino Júnior (PSC)
. Nozinho (PDT)
. Paulo Lamac (PT)
. Ricardo Faria (PCdoB)
. Rogério Correia (PT)
. Rosângela Reis (Pros)
. Sargento Rodrigues (PDT)
. Tiago Ulisses (PV)
. Tito Torres (PSDB)
. Tony Carlos (PMDB)
. Ulysses Gomes (PT)
. Vanderlei Miranda (PMDB)

Legislativo do Rio Grande do Sul tenta barrar auxílio-moradia, mas Judiciário impede
No Rio Grande do Sul, deputados apresentaram emenda barrando auxílio-moradia de R$4.377,73 para membros da Defensoria Pública, Tribunal de contas (TCE), Ministério Público (MP) e Judiciário, em projeto que tramitava no Legislativo daquele Estado.

Mas uma liminar foi concedida pela des. Iris Helena Medeiros, que também seria beneficiada com o auxílio, suspendendo a emenda que impedia o pagamento.

O deputado Raul Pont (PT) questionou: “Como eles podem decidir em benefício próprio e não se considerarem impedidos? Isso só demonstra o caráter escandaloso dessa medida”.

Os brasileiros já estão pagando esta conta
Os brasileiros de todos os Estados por onde essa farra imoral já se espalhou, cidadãos que não fazem parte desta camada privilegiada do serviço público, estão pagando esta caríssima conta.

Por um lado, sacrificados com o aumento dos preços do combustível, dos alimentos, da energia elétrica, com reajustes ínfimos de salários e ainda sofrendo consequências da falta de água, que, em parte, é fruto de um fenômeno natural (falta de chuva), mas também - e principalmente - de outro que se tornou comum: a má administração dos recursos públicos.

E a pergunta que não pode calar neste momento é: Você, cidadão brasileiro, trabalhador comum (da iniciativa privada e do serviço público) vai ficar calado, inerte e pagar sem reclamar esta conta?

Clique aqui para ler a matéria sobre a aprovação do auxílio-moradia para os deputados mineiros

Clique aqui para ler a matéria sobre a derrubada do veto ao auxílio-moradia dos membros dos Poderes do Rio Grande do Sul

Clique aqui para ler a matéria sobre a concessão de auxílio-moradia a todos os membros do Tribunal de Contas da União (TCU) e dos Estados

(Incluída em 06/02/2015 às 16:11)

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