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Renan diz que fica

POLÍTICA

Presidente do Senado não cede às pressões e mantém decisão de continuar no comando da Casa. Encontro com Lula não ocorreu. %u201CNão tenho nada importante para conversar com ele%u201D, afirmou

Brasília – Menos de uma semana depois de ser absolvido, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou à Casa, preocupado em mostrar força e que não teme ser emparedado pelos adversários. Ao chegar ao Senado, deu uma entrevista cheia de recados políticos. Negou qualquer possibilidade de licenciar-se da presidência ou mesmo tirar férias. “Essa coisa não existe. Até a última terça-feira, a decisão de permanecer na presidência era minha. De agora em diante, é da maioria dos senadores. No processo democrático, cabe à maioria decidir e à minoria compreender.”

Havia uma previsão de que ele se encontrasse ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois decidiram cancelar a reunião, irritados com notícias de que Lula aproveitaria a conversa para pedir ao presidente do Senado que se licenciasse. “Eu falo com o presidente toda vez que é necessário, com muita naturalidade, mas não tem nada urgente para conversar”, amenizou o senador. No Palácio do Planalto, o único a falar foi o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia. Ele negou interesse do governo no afastamento do peemedebista. “Ele é o presidente constituído do Senado”, disse.

Renan fez questão de presidir a sessão do Senado. Esperou que acabassem os discursos contra ele para entrar no plenário. Quando ocupou a cadeira de presidente, agiu como se não houvesse crise. Abriu a pauta de votações e esforçou-se para manter uma postura de equilíbrio, ora atendendo os pedidos da bancada governista, ora os da oposição. O resultado final foi uma espécie de empate.

Ele arrancou elogios pela condução dos trabalhos até de adversários declarados, como o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Mas não conseguiu pôr nenhum projeto em votação. A oposição recusou-se a votar a nomeação de Luiz Antônio Pagot para a direção-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). A sessão foi suspensa, por falta de quórum.

NEGOCIAÇÃO A oposição ameaça atrapalhar a votação da emenda constitucional que prorroga a CPMF, se Renan permanecer no cargo. Ele se esquiva da responsabilidade. “Sempre tenho colaborado com a governabilidade. Vou colaborar no que puder, mas o problema da CPMF não é do presidente do Senado. É um problema do governo”. O que senador alagoano quer evitar é que se estabeleça uma negociação em que o preço pela CPMF seja sua renúncia. Por isso, esforça-se em demonstrar uma postura eqüidistante, embora seja aliado do governo.

A sessão de ontem foi prova desse novo estilo. Ele pôs a nomeação de Pagot em votação, como queria o Planalto, e deu tempo para que os líderes do governo tentassem conseguir o quórum necessário. Quando não conseguiram, atendeu o pedido da oposição e encerrou a sessão. Sua preocupação era de que a responsabilidade pelo adiamento da votação não fosse dele.

Antes que entrasse no plenário, vários senadores criticaram sua absolvição. Até o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que se absteve na votação da semana passada, disse que “a defesa de Renan deixou mais dúvidas que certezas”. Ele propôs a unificação de todos os processos contra o presidente do Senado em um só julgamento e defendeu sua licença.

“O melhor para o senador Renan é que ele se licencie da presidência do Senado. Eu já disse isso reservadamente a ele, mas hoje me associo a todos os que pensam dessa forma. Acho que o Senado precisa desse gesto. Ele teria melhores condições para se defender, e o Senado melhores condições para evoluir em sua agenda”, afirmou.

A oposição não se mostrou favorável aos apelos do petista. O líder do DEM, José Agripino Maia (RN), disse que em vez de unificar as representações, o Senado deveria discutir cada um dos processos contra Renan em sessões abertas do plenário da Casa.

Fonte: Estado de Minas

(Incluída em 19/09/2007 às 08:05)

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