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Ipsemg pára e deixa paciente sem consulta

SAÚDE

A paralisação dos funcionários do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) por reajuste salarial causou tumulto e indignação na porta do ambulatório da instituição, na manhã de ontem, na Rua Domingos Vieira, no Bairro Santa Efigênia, na Região Leste de Belo Horizonte. Centenas de pessoas que precisavam se consultar não foram atendidas. O atendimento odontológico também foi suspenso. O Hospital da Previdência, na Alameda Ezequiel Dias, teve escala mínima. O pronto-socorro e os setores de quimioterapia, hemodiálise, cirurgias e laboratórios de urgência e o centro de tratamento intensivo (CTI) funcionaram normalmente.
A Polícia Militar teve de intervir para conter os ânimos. Enquanto os sindicalistas faziam um apitaço, pelo menos 200 pacientes, segundo a PM, esperavam do lado de fora da porta de vidro o resultado das negociações entre o Ipsemg e a categoria. O disciplinário Jorge Antônio Ali, de 51 anos, tinha consulta com um urologista, marcada havia um mês. Ele mora no Bairro Mantiqueira, em Venda Nova, e chegou às 7h30 no prédio do instituto, que funciona no Centro de Especialidades Médicas. “É uma falta de respeito. Ninguém nos comunicou nada. A greve é legítima, desde que nos avisem. Se eles estão ganhando pouco, nós também estamos”, disse.
A aposentada Dalva Maria da Silva, de 66, mora em Santa Luzia, na Grande BH, e acordou às 4h para marcar um ortopedista. “Estou com uma dor forte e não consigo andar. Moro sozinha e não tenho ninguém para vir aqui para mim. Agora é esperar para ver o que ocorre”, afirmou. A auxiliar de serviços gerais Maria da Penha Magalhães de Oliveira, de 55, viajou de trem durante toda a madrugada de Ipatinga, no Vale do Rio Doce, para a consulta na capital. “Preciso de geriatra, neurologista e ginecologista e na minha cidade não há esses médicos. O jeito vai ser perder um dia de serviço novamente para tentar agendar amanhã (hoje)”, relatou.

Depois da confusão, uma longa fila para remarcar as consultas médicas
No fim da manhã, alívio para uns e desespero para outros. Apenas quem já tinha consulta para ontem pôde remarcá-la. As pessoas se amontoaram na entrada e, na confusão, uma senhora passou mal e desmaiou. A PM mais uma vez teve de agir. Uma longa fila se formou e o atendimento foi feito a grupos de cinco pessoas. O aposentado Geraldo Januário, de 78, esperava havia dois meses. Ontem, ele teve de brigar para poder mostrar os exames ao médico semana que vem. “Eles queriam marcar para 14 de abril, mas não posso esperar tanto tempo, pois talvez tenha de fazer uma cirurgia no ombro. Cheguei aqui às 8h e encontrei esse desrespeito”, lamentou. Já a aposentada Maria Lúcia Guerra Alves, de 66, não teve a mesma sorte. Ela só conseguiu vaga para a filha no fim deste mês.
MEDIDAS O superintendente hospitalar do Ipsemg, Christovão de Castro Xavier, informou que a direção do instituto foi comunicada da greve no fim da semana passada e, desde então, foram tomadas as medidas necessárias. “São marcadas cerca de 3 mil consultas por dia no ambulatório e atendidas 2 mil pessoas. Das previstas para hoje, remarcarcamos a maioria, mas não conseguimos avisar por telefone alguns pacientes sobre a paralisação”, disse. Cirurgias e internações também foram transferidas.
Ele não soube informar o número de funcionários que participaram da greve, mas o sindicato informou que 80% – médicos, enfermeiros, assistentes sociais, dentistas, auxiliares, pessoal da manutenção, entre outros profissionais – aderiram ao movimento, incluindo as 73 agências do interior, que funcionaram parcialmente. O sindicato exige uma revisão salarial. “Tivemos uma perda de 70% e há 10 anos não temos aumento”, afirmou a diretora-administrativa Andréa Myrrha.

Fonte: Estado de Minas

(Incluída em 07/03/2008 às 08:30)

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