Retorna ao índice de Destaques Melodrama familiar
CINICLUBE TJ
“Rocco e seus irmãos” é um daqueles filmes que, ao final de suas quase três horas, o público tem dificuldades em segurar as lágrimas. O melodrama – no melhor dos sentidos e na sua terra natal, a Itália – do diretor Luchino Visconti é um filme comovente e se encerra com uma tristeza fina, mas ao mesmo tempo aguda e desencantada, que a atuação de Alain Delon só torna mais pungente.
No longa de 1960, o ator é o personagem-título, que se muda com a mãe viúva e os quatro irmãos para Milão. Lá, eles se juntam ao quinto filho, Vicenzo, e juntos lutam para sobreviver na pobreza da Itália pós-guerra. Os problemas acontecem quando Rocco começa a namorar Nadia, ex-namorada de Simone, um de seus irmãos, despertando um conflito entre eles que terminará em morte.
Um dos maiores trunfos da obra-prima de Visconti é o bom elenco, com destaque, além de Delon, para Katina Paxinou, como a matriarca Rosaria. O Rocco de Delon é de uma obstinação e devoção febril à sua família, em um personagem que tem reminiscências d’O Idiota” de Dostoiévski.
As boas atuações permitem longos planos-seqüência, em um dos melhores trabalhos de Visconti na direção de atores. Também no filme está a bela Claudia Cardinale, em um de seus primeiros papéis no cinema. Ela e Delon ainda fariam “O leopardo” juntos – longa já exibido no Cineclube TJ. Coroando o filme, a trilha sonora é assinada pelo mestre Nino Rota, responsável pelas trilhas antológicas de Fellini.
“Rocco e seus irmãos” será exibido no Cineclube TJ no próximo dia 25 de maio, às 19h, com comentários do desembargador Sérgio Braga. A sessão acontece no auditório do Anexo II do TJMG, à rua Goiás, 253, 3º andar, Centro.
Fonte: Site do TJMG. (Incluída em 19/05/2006 às 09:30)
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