Retorna ao índice de Destaques Greve: centenas de servidores ocupam a frente do Palácio da Justiça para reivindicar seus direitos
Centenas de Servidores indignados com a inflexibilidade do TJMG em negociar com a categoria, lotaram hoje a entrada do Palácio da Justiça, na Av. Afonso Pena, em Belo Horizonte, dia de sessão do Órgão Especial. Em coro, todos pediam para que o Tribunal colocasse em prática o que propõe à sociedade: conciliação. Os Servidores e os sindicalistas presentes criticavam a postura do TJMG em contribuir para que o conflito com seus trabalhadores se estenda por tanto tempo, ao invés de efetivamente procurar solucioná-lo.
Desde que os Servidores da 1ª Instância decretaram greve, no dia 13/10, nenhuma abertura foi dada pela atual Administração do TJMG para uma possível conciliação. Trabalhadores estes que nada reivindicam além de direitos. A greve da categoria é em prol do direito à recomposição salarial anual (data-base 2015), do exercício da greve e da instituição de um auxílio-saúde, benefício este já pago aos magistrados e que vem sendo pleiteado há anos pelos Servidores.
Além disso, a 1ª instância reivindica também o cumprimento de outro direito que há anos aguarda pela efetivação, que é a gratificação dos gerentes de secretaria (Lei 20865/2013) ou, enquanto isso, que se reduza a carga horária destes profissionais para 06 horas.
“Vamos conciliar, Tribunal de Justiça! Venha ouvir seus trabalhadores”, pediam em os manifestantes.
Mesmo às vésperas de completar um mês, a greve da 1ª instância vem ganhando força e cada vez mais comarcas aderem ao movimento. Um trabalho de conscientização feito pelo Sindicato, contando com o apoio de vários Servidores (mobilizadores) tem causado este fortalecimento diário.
O movimento se fortaleceu ainda mais após o SERJUSMIG ter se reunido na segunda-feira desta semana, em sua sede, com dezenas de escrivães que, unanimemente, se mostraram dispostos a fortalecer a greve e a demonstrar este apoio. O SERJUSMIG criou e distribuiu a todos um adesivo em que está escrito: "Sou escrivão e apoio a greve".
Mágica
No ato público de hoje, a apresentação de um mágico traçou um paralelo entre o que ocorre na relação do TJMG com seus servidores e magistrados e a mágica. Orçamento que ora existe, ora desaparece. Os desejos dos servidores saindo de dentro da cartola, ou aquilo que todos gostaríam que desaparecesse do cotidiano da Instituição, foram alguns paralelos entre o ilusionismo e o que ocorre, de fato, o judiciário mineiro hoje.
Condolências
Também, fazendo uma alusão à forma como normalmente as pessoas se comportam diante de um local onde aconteceu uma triste incidente, os Servidores presentes receberam flores com um cartão em branco, no qual deveriam escrever qual o sentimento que nutrem atualmente pelo TJMG. As mensagens expuseram sentimentos que os trabalhadores da Casa manifestam cotidianamente em seus postos de trabalho, mas agora deixaram nas escadarias do Palácio da Justiça para que sejam conhecidos por todos.
Os sentimentos que prevalecem é o de desvalorização e de desrespeito. “Tive muito orgulho quando passei no concurso. Hoje tenho vergonha de ser Servidora do TJMG”, dizia um dos cartões.
Truculência
O protesto transcorreu de forma pacífica e ordeira por quase três horas e, nos instantes finais, quando todos se preparavam para ir em marcha para encerrá-lo na porta do TJMG (na Rua Goiás), mais uma vez um ato truculento e desnecessário foi vivenciado pelos trabalhadores do TJMG. Quando o caminhão de som dos sindicatos estacionou em frente ao Palácio apenas por alguns segundos, suficientes para que dois de seus dirigentes subissem em sua estrutura para comandar a passeata, imediatamente um policial apareceu para multar o motorista. Enquanto notificava o motorista, um transeunte chegou até o policial para se queixar de um furto que havia sofrido momentos antes. Mas o policial concretizou a autuação, mesmo diante dos apelos dos servidores e dos dirigentes, priorizando-a em detrimento do socorro e atenção à vítima do furto. “A ordem é multar”, argumentou o policial.
O incidente não impediu que os manifestantes caminhassem até a Rua Goiás, onde encerraram o ato reforçando a todos a importância da união dos Servidores e de estes se manterem firmes nesta batalha até a vitória, que pode estar demorando mais do que o devido, mas é certa!
Amanhã, mais notícias do movimento.
PS: A bailarina, professora de dança e articuladora do Movimento Viva Klaus, , Regina Amaral, manifestou seu apoio aos Servidores e denunciou ilegalidade por parte do TJMG em relação às obras do Teatro Klaus Vianna.
Confira as fotos:
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(Incluída em 11/11/2015 às 20:49)
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