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140 policiais já foram mortos em Minas

SEGURANÇA

Desde o início do governo de Aécio Cunha (PSDB), em 2003, 140 policiais já foram assassinados. Lideranças dos policiais mineiros afirmaram que esse número mostra que a segurança no Estado, tida como vitrine de sua gestão, não é garantia nem para os próprios trabalhadores do setor.

Os líderes apontaram que o governo estadual investe em aparelhagem da polícia, compra de grande quantidade de viaturas e, sobretudo, em marketing: “Mas esquece-se das pessoas”.

“Temos um Estado virtual perfeito, mas quando as pessoas precisam dos serviços de saúde, de educação, de segurança, elas vêem que não é bem assim. Há uma maquiagem, que faz com que a população tenha uma visão equivocada a respeito da situação em Minas”, alertou o tenente-coronel da PM Domingos Sávio de Mendonça, presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

Mendonça revelou que está crescendo entre os policiais mineiros uma consciência de que a polícia deve defender os cidadãos e não quem está no poder.

O líder da associação informou que para a próxima quarta-feira, 16 de maio, às 15h, está previsto a realização do “panelaço”, na porta do Palácio da Liberdade, manifestação organizada pelas esposas e os aposentados das Polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros, em apoio ao movimento grevista da categoria.

A greve foi deflagrada dia 02 de maio, conforme decisão da Assembléia Geral dos policiais, realizada dia 27 de abril. Até hoje o governo de Minas não se manifestou.

As polícias lutam pelo reajuste imediato de 19,66%, além da implantação do subsídio como forma de salário.

O governo propôs aos policiais mineiros reajuste salarial de 33,1% em três parcelas cumulativas, de 10% cada, a serem pagas nos meses de setembro de 2007, 2008 e 2009.

Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol/MG), Antônio Marcos Pereira, o reajuste proposto pelo governo representou “um tapa na cara dos profissionais de segurança”.

“Nós não vamos aceitar isso, pois trata-se de um desrespeito com a categoria policial. A revolta é geral em todo o Estado”, afirmou.

"Reajuste indecente"

O vice-presidente do Sindpol, Denílson Martins, lembrou que o governador tucano prometeu à categoria que se fosse reeleito iria colocar os salários das Polícias Civil e Militar entre os maiores do país. “Ninguém é obrigado a prometer. Mas a partir do momento em que um homem honesto e sério promete alguma coisa, ele tem que cumprir. A atitude de Aécio para com os policiais mostra a sua verdadeira personalidade e caráter. Definitivamente, não é um homem correto”, afirmou.

O vice-presidente do Sindipol disse que o salário dos policiais mineiros está entre os quatro mais baixos do país. “E ainda vem o governador autorizar este reajuste indecente. O governo estadual não é um governo que honra a palavra”, frisou, acrescentando que “Minas é o Estado da Federação onde mais se maltrata o servidor público”.

O presidente do Gabinete Integrado das Entidades de Classe das Forças de Segurança de Minas Gerais (Giforseg/MG) e do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Minas Gerais (Sindepo-MG), delegado Danilo Pereira, considerou as manifestações das entidades de classe democráticas e constitucionalmente legal.

“Nós do Giforseg encontramos nos protestos públicos uma alternativa para mostrar ao governador a insatisfação das polícias do Estado em relação aos salários e atuais políticas de segurança. E repudiamos o tratamento desrespeitoso dado por Aécio Neves às polícias. Não existe política de valorização do profissional das Forças de Segurança em Minas”, declarou.

Danilo disse também que o governador faz um marketing muito forte em torno da segurança pública, “ao mesmo tempo em que trata com indiferença os profissionais do setor”.

Atualmente o piso salarial das Forças de Segurança de Minas Gerais é de R$ 1.333,90 e de acordo com a proposta de reajuste parcelado do governo, este valor passará para R$ 1.467,29 em outubro de 2007 e R$ 1.775,42 em outubro de 2009.

Segundo informações levantadas pelo Gabinete Integrado, a Polícia Militar (PM) do Estado de Goiás recebe atualmente salário de R$ 2.711,00 e a Polícia Civil (PC) R$ 3.140,00. Em Brasília, a PM recebe R$ 2.617,00 e a PC R$ 6.500,00.

“Mas não vamos nos calar e reivindicamos até o fim nosso direito de reajuste salarial imediato de 19,66%”, declarou o presidente do Giforseg.

Fonte: Novo Jornal
(Incluída em 15/05/2007 às 09:25)

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