Retorna ao índice de Destaques "República do Pó" interfere até no TJMG
GOVERNO
A "República do Pó" será rigorosamente combatida, afirmam empresários da Construção Civil
Aécio perde o controle Na noite de ontem (23) cerca de uma dúzia de médicos e grandes empresários do setor da construção civil, se reuniram para avaliar a atual situação do setor em Minas, diante da “volúpia” de companheiros e, principalmente, parentes do governador Aécio Cunha, que de forma pouco ortodoxa, tem se apoderado de obras no Estado, através de licitações dirigidas e outros expedientes escusos.
A gota d`água, que fez transbordar a insatisfação da categoria, foi o comportamento de “familiares do governador” na tramitação da licitação da nova sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Até então, mantido sobre segredo absoluto o nome e a publicação da “ganhadora” do certame licitatório de uma obra que já rendeu um confronto entre o presidente da comissão de licitação e presidente do TJMG, desembargador Orlando Adão de Carvalho e, todos os demais membros da comissão, também desembargadores que renunciaram em grupo, diante da determinação do presidente em prosseguir com a concorrência que havia sido anulada por motivos graves.
Segundo este grupo de empresários, desde o início, a escolhida, desta forma, beneficiada pelo direcionamento da licitação e que sairia ganhadora, seria a Santa Bárbara Engenharia.
Toda articulação estaria sendo conduzida pelo advogado Paulo Pacheco, filho do ex-desembargador Lauro Pacheco, que se tornou desembargador por indicação, na época, de uma maneira considerada surpreendente pelo ex-governador Tancredo Neves.
A justificativa para sua indicação foi: é “sobrinho” por casamento com uma sobrinha de D. Risoleta, esposa de Tancredo.
A verdade é que Paulo Pacheco, diretor jurídico da Santa Bárbara Engenharia, é irmão do secretário adjunto da Secretaria de Governo de Minas Gerais, Frederico Pacheco, amigo do governador “desde a juventude”.
A apropriação do Estado por grupos sem escrúpulo, ligados ao governador, anteriormente se dava através de sua irmã, Andréa Cunha, que mediava em conjunto com o marido da enteada de sua mãe Oswaldo Borges da Costa Filho, presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). A distribuição de obras e benefícios aos demais familiares e “amigos”, na Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e na Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), enfim, até a compra de botão pelo governo mineiro era comandada por este “esquema”.
Porém, desde a negociação das obras do Novo Centro Administrativo, ocorreu uma ruptura que vem sendo administrada pelo secretário de governo Danilo de Castro e o vice-governador Antonio Augusto Anastásia.
O grupo de empresários reunidos na noite dessa segunda-feira foi unânime em afirmar que jamais imaginariam que o grupo de Aécio chegaria a interferir até mesmo no Tribunal de Justiça. Segundo este grupo, é hora de dar um basta na “República do Pó”. Não esclarecendo a que se referiam.
Fonte: Novo Jornal. (Incluída em 25/07/2007 às 08:45)
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