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Em cada cabeça, uma sentença

MENSALÃO

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir, até amanhã, se acata a denúncia do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, contra 40 acusados de envolvimento com o escândalo do mensalão. Ontem, o procurador reforçou as acusações contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que seria o chefe do esquema. É uma questão de honra. Dirceu faz o possível para ficar de fora, alegando falta de provas. Se isso acontecesse, imediatamente ele detonaria a campanha por sua anistia na Câmara dos Deputados, para recuperar os direitos políticos. Já os advogados de defesa procuraram desqualificar a peça apresentada pelo Ministério Público. Alguns deles chegaram a citar ponto a ponto as falhas contra seus clientes. Em alguns casos, com certa razão. O julgamento no STF tem esmero jurídico, mas em casos como este, pode sofrer de influência política. É natural. O mensalão foi o escândalo que mais abalou o governo Lula. Vai depender dos argumentos dos dois lados. Ou dos 41 lados, melhor dizendo. Acusação e 40 defesas.

O ex-presidente Fernando Collor de Mello, hoje senador pelo PTB de Alagoas, se vangloria de ter sido inocentado pelo STF. De fato, foi. Na época, o então procurador Aristides Junqueira o acusou de corrupção ativa, um dos crimes mais difíceis de serem provados no país. Ele pressupõe que, além da vantagem, seja feito o vínculo com o ato oficial que beneficiou o corruptor. Só a ex-ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello foi condenada por este crime, porque existia a reforma de seu apartamento e o aumento das passagens interestaduais. Se Collor fosse processado, por exemplo, por falsidade ideológica, talvez o desfecho do caso tivesse sido outro. Afinal, havia o cheque-fantasma e o objeto, a Fiat Elba com ele comprada.

O caso do mensalão é muito mais complexo. São acusações diversas, com participações variadas entre os indiciados pelo Ministério Público. Como cada cabeça, uma sentença, só amanhã será possível saber o desfecho do caso.

Fonte: Jornal Estado de Minas
(Incluída em 23/08/2007 às 08:20)

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