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Assembleia abre processo de impeachment contra Yeda

RS

Comissão com 36 dos 55 deputados terá dez dias para decidir sobre con-tinuidade de ação
Pedido foi feito em julho por fórum que reúne sindicatos ligados à CUT e que fazem oposição a ela; governadora tem 33 deputados na base


O presidente da Assembleia Legislativa gaúcha, Ivar Pavan (PT), anun-ciou ontem a abertura de processo de impeachment contra a governadora Yeda Crusius (PSDB).
A base do processo de impeachment, o primeiro aberto contra um gover-nador do Estado, é um conjunto de indícios segundo os quais a governadora sabia e teria se beneficiado do desvio de R$ 44 milhões no Detran-RS (Departamento Estadual de Trânsito do RS).
As evidências foram colhidas pela Polícia Federal, que desmontou a frau-de do Detran em 2007, e pelo Ministério Público Federal, que denunciou Yeda e outras oito pessoas em ação de improbidade administrativa por ligações com a fraude do órgão em agosto deste ano. A tucana nega as acusações.
O pedido de impedimento de Yeda foi apresentado em julho pelo Fórum dos Servidores Públicos Estaduais, que reúne sindicatos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), opositores do governo da tucana.
Ao anunciar que o pedido de impeachment tramitaria na Assembleia, Pa-van disse que realizou uma análise de documentos liberados pela Justiça Federal de Santa Maria (RS).
"Não há dúvida de que um grande esquema criminoso se organizou no Rio Grande do Sul para desviar recursos públicos. Diante do pedido de impeachment, da minha parte cabe analisar unicamente se há indícios da relação entre a gover-nadora e este esquema criminoso", disse o petista.
Entre grampos telefônicos de acusados da fraude, depoimentos e conclu-sões de investigações feitas pela Procuradoria e pela Polícia Federal, segundo o presidente da Assembleia, "há 26 situações que revelam fortes indícios da relação da governadora com o esquema".
Tramitação
Com a decisão de Pavan, uma comissão especial será formada por 36 dos 55 deputados que integram a Assembleia, conforme a composição das bancadas. A governadora tucana tem maioria na Casa -sua base é composta de 33 deputa-dos.
Dez dias depois da constituição da comissão, o relator deverá apresentar parecer sobre a "admissibilidade" do processo, isto é, se há elementos suficientes para a tramitação do pedido de impeachment. O relatório será votado pelo plená-rio.
Se o processo for rejeitado, o pedido é arquivado. Se for aceito, só então a comissão começará a analisar o mérito das acusações, e Yeda será notificada para apresentar sua defesa.
Acusações de corrupção contra a governadora já são objeto de CPI na As-sembleia. Com maioria governista, a comissão ainda não aprovou nenhum reque-rimento para depoimentos. Como não consegue aprovar convocações, a oposição pretende convidar para depor espontaneamente o empresário Lair Ferst, réu em ação penal.
Ferst, ex-tucano que coordenou a campanha de Yeda em 2006, disse ao MPF que a tucana sabia e se beneficiava da corrupção no Detran. Ela nega.

Fonte: Folha de São Paulo

(Incluída em 11/09/2009 às 08:57)

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