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DIRETORES DE SINDICATO SÃO SUSPENSOS POR CAUSA DE GREVE


O governo de Minas Gerais vem tomando atitudes arbitrárias com relação aos Servidores Agentes Penitenciários de várias unidades do Estado. Esses servidores, dentro de seu direito de greve, manifestavam pacificamente por melhores condições de trabalho e foram escorraçados por Policiais Militares em frente à Penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves. Um agente foi agredido simplesmente por portar uma faixa com os dizeres “estamos em greve”.

Hoje, no “Minas Gerais”, foi publicado a rescisão dos agentes contratados que participaram das manifestações, e ainda a suspensão de agentes efetivos, incluindo três diretores sindicais. “Os servidores tiveram os contratos rescindidos antes mesmo de o governo abrir a negociação”, ressaltou Adeilton, Diretor do SINDPÚBLICOS – MG e do SINDASP – MG.

Fátima Beatriz, servidora contratada e que estava presente na segunda feira 19 na Assembleia Legislativa, junto com demais agentes, desabafou, dizendo que os servidores querem ser reconhecidos como pessoas, querem ser valorizados, querem dignidade, e não querem mais ser tratados como meras peças substituíveis.

Segundo Fátima, os Servidores sofrem muito com o assédio moral dentro das penitenciárias, principalmente por parte de Diretores contratados e sem nenhum treinamento para lidar com pessoal. De acordo com a servidora existe até assédio sexual com as agentes dentro das unidades. “Temos que exigir que os diretores de penitenciárias sejam servidores efetivos e não contratados”, finalizou.

Os agentes penitenciários colocam suas vidas em risco diariamente, lidam com pessoas perigosas, condenadas pela justiça, como assassinos, estupradores, ladrões, traficantes, etc. Dedicam-se ao seu trabalham e são completamente descartados pelo governo simplesmente por reivindicarem seus direitos.

“Com essa atitude o governo enfraquece a segurança penitenciária do Estado, pois esses agentes que estão sendo descartados, já possuem um treinamento, já conhecem o sistema, agora o estado precisará de tempo para treinar novos servidores, e com isso, deixa as penitenciárias desfalcadas e em perigo”, enfatizou Adeilton.

Minas Gerais rasgou a Constituição quando esqueceu que os servidores têm o direito à greve. De acordo com os agentes presentes na Assembleia, muitos trabalhadores chegaram às unidades prisionais para manter 30% do serviço funcionando e foram impedidos pelos Diretores de trabalhar, sendo obrigados a retornar para suas residências.

O governo mais uma vez vem mostrar atitudes da época da ditadura militar, colocando os Policiais Militares contra os trabalhadores. Aécio Neves esquece que esses trabalhadores têm famílias para sustentar e dependem de seus salários. Se estão nas ruas protestando dentro dos seus direitos, é porque não suportam mais trabalhar sob pressão. “Não queremos somente aumento salarial. Nossa pauta trata de muitos outros assuntos que o governo vem ignorando ao invés de sentar para negociar”, concluiu Adeilton.

O último governo que demitiu servidores em Minas Gerais foi Eduardo Azeredo. Será que Aécio Neves irá repetir essa façanha?

Conheça a pauta de reivindicações dos Agentes Penitenciários:

Volta do Vale Alimentação;
Equiparação salarial com os policiais civis, militares e bombeiros;
Combate ao constante assédio moral sofrido pelos servidores prisionais;
Curso de tiro e confecção das carteiras funcionais para os agentes penitenciários;
Cumprimento da carga horária do agente penitenciário estabelecida em lei;
Pagamento do prêmio de produtividade para os agentes em contrato administrativo;
Inclusão dos agentes em contratos administrativos na PL 3734/2009 do DER.


Fonte: Site do Sindpublicosmg
(Incluída em 20/10/2009 às 14:02)

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