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Professores aprovam fim da greve e aulas voltam amanhã

Minas

Educação. Decisão é temporária e depende do trabalho de comissão criada para avaliar aumento salarial
Retorno ao trabalho acontece sem a principal exigência: reajuste de salários


Depois de 47 dias de greve, muitas idas e vindas na negociação com o governo e sem reajuste, os professores da rede estadual de ensino de Minas decidiram, ontem à tarde, retornar às salas de aula. A decisão, que foi tomada em uma assembleia que contou com a participação de 8.000 pessoas, segundo a Polícia Militar, ainda não é definitiva.

Na votação de ontem, os professores deixaram claro que a paralisação poderá ser retomada caso o plano de remuneração, previsto no acordo com o governo não seja cumprido. Os professores voltam ao trabalho hoje, mas as aulas só serão retomadas efetivamente amanhã. Pelo acordo, a reposição dos dias parados ficará a cargo de negociação entre as escolas e os colegiados.

A decisão sobre a retomada da greve aconteceu sob um clima tenso. Uma parcela expressiva dos professores que lotaram a praça Carlos Chagas (da Assembleia) resistiu à proposta de volta ao trabalho. Diante do impasse, a decisão precisou ser colocada em votação por duas vezes.

O acordo entre a categoria e o governo definiu também que não haverá demissões ou punição para os grevistas, como corte dos dias parados. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) conseguiu do governo a promessa de que o pedido de execução da ação que estipulou multas à entidade pela paralisação será retirado.

O professor de português Anderson Daher, 35, de Manhuaçu, na Zona da Mata, votou pelo fim da greve, mas disse que vai ficar atento. "O governo tem que entender que essa greve está suspensa temporariamente. Se o resultado do trabalho da comissão não for favorável para a gente, a greve volta com força total".

Acordo com Estado gera incerteza

A greve, que começou no dia 8 de abril, não alcançou seu principal objetivo. O esperado aumento do piso salarial dos professores não foi efetivado durante as negociações com o Estado. Atualmente, R$ 935 são pagos para uma jornada de trabalho de 24 horas semanais. O reivindicado era R$ 1.312,85 para o mesmo período.

A professora Lecir Nunes, 50, da Escola Estadual Cândido Ulloa, de Bonfinópolis, na região Noroeste do Estado, não ficou satisfeita com o resultado. “Votei pela manutenção da greve porque não tenho confiança de que o governo vai cumprir o que prometeu e, principalmente, porque o reajuste não foi conquistado”. (TR)

Fonte: O Tempo
(Incluída em 26/05/2010 às 14:09)

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