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Servidores pressionam, mas negociação será separadamente

AUMENTO DO FUNCIONALISMO

Caldo de feijão com lingüiça e canjica regaram a manifestação dos servidores municipais de Belo Horizonte, na manhã de ontem, realizada em frente ao prédio da Avenida Álvares Cabral, 200, Centro, enquanto os representantes do Sindicato dos Servidores Públicos de Belo Horizonte (Sindibel) tentavam, em mais uma reunião, negociar com o secretário municipal de Recursos Humanos, Fernando Nogueira, também presidente da Comissão Permanente de Negociação.

Desde março os servidores entregaram a pauta aos representantes da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), mas somente em maio, data-base da categoria, é que as negociações foram efetivamente abertas. Desde então não recebemos uma única contrapartida por parte dos patrões , reclama Robson Itamar, presidente do Sindibel.

Indignados com a situação, os servidores aguardavam a reunião que discutiu sobretudo o índice de reajuste pleiteado de 42%, a partir de 1º de maio; reajuste do vale-refeição de R$ 5 para R$ 12, para todo o conjunto do funcionalismo; realização de concurso público; destinação de mais recursos para pagamento geral dos precatórios e resolução de pendências de acordos anteriores. Essas duas últimas situações estão nos preocupando sobremaneira , disse Itamar. Fazer concurso a PBH faz, mas não nomeia. Faz para ficar bem com a lei, mas as contratações nunca se efetivam. Em 2000 tivemos um grande concurso, mas para contratar os aprovados tivemos que entrar na Justiça. Em 2005 fizeram outro e absorveram alguns.

Precatórios

Segundo informações dos servidores, a Prefeitura fará outro concurso este ano para médicos e enfermeiros, além de 400 auxiliares de enfermagem. Demanda não falta. A rede precisa de mais gente e estamos cobrando, há tempos, uma solução para essa escassez. Este ponto da pauta é muito importante para nós, pois se existem os aprovados em concurso, se há demanda de pessoal, então a coisa seria simples. Mas a Prefeitura amarra, como fez com o pagamento do retroativo do acordo salarial de 2005. A média que cada um tem a receber não supera a casa dos R$ 350, mas a Prefeitura quer nos pagar em 10 vezes e ninguém quer aceitar.

Outro impasse estabelecido é o reajuste do plus dos que trabalham no Programa de Saúde da Família (PSF), aprovado há cinco anos mas que até hoje não foi efetivado. Essa ajuda é importante para os servidores da saúde, pois sabe-se que quem ganha R$ 500 mensais, por exemplo, teria hoje, a mais, quase R$ 400 a receber todo mês. Servidores mais revoltados contaram ontem que a Prefeitura deixou as áreas da fiscalização e da administração geral com zero de reajuste no ano passado e até hoje não há perspectiva de negociação em separado.

A última reivindicação, e a considerada mais importante para os aposentados, é o pagamento dos precatórios, estimado hoje, segundo levantamento do Sindibel, em R$ 84 milhões. A estratégia da PBH é pagar, no máximo R$ 400 mil mensais e apenas os Recursos de Pequeno Valor (RPV), ou abaixo de 30 salários mínimos, travando os grandes valores, entupindo a fila de espera e ficando bem com a Justiça, que pensa que os precatórios estão todos sendo pagos. Tem gente que morre sem receber o que tem direito e no ritmo que os pagamentos vêm sendo feitos serão os bisnetos a receber para os bisavós, que já morreram. Essa, portanto, é a principal reivindicação dos aposentados .

PBH

A PBH afirmou que continuará negociando as reivindicações dos servidores, mas com cada categoria em separado. Cada uma delas tem suas especificidades, motivo pelo qual o reajuste não é linear para todos. Muitas reivindicações já estão sendo atendidas através de reajustes e planos de cargos e salários, cujos projetos já foram encaminhados para a Câmara Municipal .

Fonte: Jornal Diário da Tarde.
(Incluída em 30/06/2006 às 09:35)

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