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Bancários decidem manter greve nacional

PRESSÃO

Os bancários decidiram ontem manter a greve nacional, que entra hoje em seu quinto dia, com cerca de 200 mil trabalhadores parados, o que significa quase a metade da categoria em todo o país. Ontem, os representantes de sindicatos participaram de uma negociação paralela com as direções da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, já que a maior parte dos trabalhadores parados são dos bancos federais. Em Belo Horizonte, nada menos de 106, das 127 agências paradas, são da Caixa e do BB. Somente 21 são de bancos privados, como Bradesco, Citibank, Itaú, Real, Santander/Banespa e Unibanco.

A situação se repete em todo o país, com maior prejuízo para os bancos federais, já que os funcionários públicos aderem em massa ao movimento (resguardados pelo direito da estabilidade no emprego). Diante dessa realidade, os sindicatos foram instruídos a intensificar as ações nos oito maiores bancos privados do país. Segundo um diretor do Sindicato de Belo Horizonte e Região, os funcionários dos chamados “bancões” só cruzam os braços se, ao chegarem para trabalhar, encontram na porta giratória um representante da entidade, convocando-os para a greve.

Até o fechamento desta edição,a reunião entre os bancários e a direção da Caixa e do BB ainda não havia terminado. Caso as instituições tenham apresentado novas propostas, elas serão apresentadas hoje, em assembléias específicas dos funcionários dos respectivos bancos.

Já os bancos privados jogam duro com os grevistas, lançando mão do instrumento legal, denominado interdito proibitório (que costuma ser concedido pela Justiça para a desocupação de áreas invadidas), para impedir os funcionários de aderirem ao movimento. Na sexta-feira passada, o Sindicato de São Paulo, o maior do país, conseguiu uma liminar na Justiça Trabalhista que garante o direito de mobilizar a categoria no local de trabalho. A entidade alegou que o uso “ilegal” dos interditos afeta o direito de greve, garantido pela Constituição. O banco que desrespeitar a decisão judicial está sujeito ao pagamento de multa no valor de R$ 20 mil.

A Fenaban apresentou uma proposta rejeitada pela categoria, que prevê reajuste salarial de 2,85% (cobrindo a variação da inflação no período de 12 meses) e participação nos lucros e resultados (PLR) de 80% do salário, mais R$ 823 de parte fixa, além de um adicional de R$ 750 para os funcionários dos bancos que tiverem crescimento de pelo menos 20% no lucro líquido. Os bancários reivindicam aumento real de 7,05%, além dos 2,85% de reposição da perdas, participação linear nos lucros e resultados (PLR) de 5%, mais R$ 1,5 mil fixos.

Fonte: Jornal Estado de Minas.
(Incluída em 10/10/2006 às 08:20)

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