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Ibama pode entrar em greve

MEIO AMBIENTE

Os 6 mil funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão que o governo decidiu dividir em três novas instituições, ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado, para tentar derrubar no Congresso a Medida Provisória 366, editada em 26 de abril e que estabelece a nova estrutura administrativa e reduz suas atribuições. A mesma MP criou o Instituto Chico Mendes, para cuidar apenas das unidades de conservação e tenta regulamentar o Sistema Florestal Brasileiro. Amanhã serão realizadas assembléias de servidores em todo o país e a tendência é pela paralisação.

Sindicalistas – na sua maioria ligados ao PT, mesmo partido do presidente da República e da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva – que representam os funcionários do órgão se sentem traídos. Eles apoiaram as duas eleições de Lula e a indicação da ministra. Agora, os dois estão propondo o esquartejamento do Ibama. “É a tentativa de desmonte do órgão. É um retrocesso político e administrativo”, protestou Jonas Corrêa, presidente da Associação Nacional dos Servidores do Ibama (Asibama). Ontem, funcionários do instituto começaram a protestar nos corredores do Congresso, onde fazem hoje pela manhã um ato ecumênico. Também aproveitam a visita de Lula a Uberaba e Uberlândia (MG), para novo protesto.

O clima entre os servidores do Ibama em Brasília é de revolta. O órgão foi criado em 1989 e fundiu quatro antigas instituições responsáveis pela política ambiental brasileira: o Instituto Brasileiro de Defesa Florestal (IBDF), a Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (Sudepe), a Superintendência do Desenvolvimento da Borracha (Sudhevea) e a Secretaria do Meio Ambiente (Sema). Agora, terá que repartir seu orçamento, o patrimônio e o rico banco de dados que acumulou em quase 20 anos. “Foi uma decisão arbitrária, autoritária e que não poderia ser adotada por um governo que pretende ser democrático e popular”, acusou Jonas Corrêa.

O deputado Sarney Filho (PV-MA), ex-ministro do Meio Ambiente, ainda não tem opinião sobre o conteúdo da reforma. Mas considerou inadequada a forma como a reformulação foi proposta, por MP. “O assunto não tem urgência nem relevância. Não tem cabimento”, alertou Sarney. Dois ex-presidentes do Ibama também criticaram as mudanças. “A reforma vai aumentar o déficit público e dividir um orçamento já minguado”, disse Hamilton Casara, que presidiu o Ibama nos dois últimos anos do governo Fernando Henrique. “Infelizmente, o que está se vendo agora é o caos e o retrocesso em matéria de gestão ambiental”, criticou o fundador do Ibama, Fernando Cézar Mesquita Moreira Mesquita.

Fonte: Jornal Estado de Minas.
(Incluída em 03/05/2007 às 09:50)

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