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Manifestantes desocupam usina

PROTESTOS

Os integrantes da Via Campesina e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) decidiram desocupar na noite de ontem as instalações Usina Hidrelétrica de Tucuruí, localizada no Pará, invadida no início da manhã, depois de confronto com a Polícia Militar. A retirada ocorreu assim que os manifestantes souberam da determinação da Justiça, que concedeu liminar de reintegração de posse à da Eletronorte. Além disso, por ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tropas do Exército, sediadas em Marabá, foram deslocadas para o local, para garantir a retirada dos invasores da área. A negociação partiu da Eletronorte, que acertou a saída dos manifestantes oferecendo cestas básicas. As outras reivindicações devem ser atendidas pelo governo federal.

INDENIZAÇÃO Os manifestantes reivindicavam o pagamento de indenização às famílias desalojadas na construção da hidrelétrica, há 23 anos, e melhorias na educação e saúde, pavimentação de estradas e até a redução da tarifa de energia elétrica cobrada no Pará pela empresa particular Rede Celpa.

A invasão fez parte do chamado Dia de Luta Unificada por Nenhum Direito a Menos. Organizações sindicais, movimentos sociais e entidades estudantis fizeram uma série de manifestações em todo o Brasil, com uma pauta extensa de reivindicações. "A manifestação fugiu do controle", reconheceu uma fonte do governo.

A avaliação inicial era de que seria um ato como outro qualquer, mas os problemas surgiram quando a PM do Pará barrou os carros na rodovia PA-263, que dá acesso à usina, provocando os manifestantes,que decidiram, a partir daí, promover a invasão a pé. A polícia deu tiro de borracha e acabou ferindo um dos presentes. O caos, então, se instalou e eles se dirigiram para a sala de comando de controle e ocuparam o local, ameaçando desligar o fornecimento de energia.

A sala de máquinas foi a primeira a ser desocupada. Depois, foi liberado o tráfego de veículos na rodovia. A Eletronorte informou que, apesar da invasão, em nenhum momento a Hidrelétrica de Tucuruí deixou de operar. No início, a usina estava gerande 4.810 megawatts (MW) médios, energia suficiente para abastecer uma cidade de 2,5 milhões de habitantes.

O governo foi pego de surpresa com a invasão, porque as entidades estavam em plena negociação, com a Secretaria-Geral da Presidência e com o Ministério de Minas e Energia, de uma pauta de reivindicações. Além disso, acreditava que todas as mobilizações previstas para o dia nacional de protestos seriam pacíficas.

O confronto entre manifestantes e policiais, na porta da usina, ocorreu na madrugada de ontem.

Outros lugares

Integrantes de diversos movimentos sociais e entidades de várias categorias realizarammanifestações em pelo menos outros sete estados e no Distrito Federal. Estradas foram bloqueadas em São Paulo, no Rio, no Pará, em Alagoas, Pernambuco, Minas Gerais e Goiás. Na capital paulista, manifestantes entraram em confronto com a polícia, ao tentar invadir a Assembléia Legislativa. Por causa da confusão, a sessão em plenário foi interrompida. A manifestação nacional, segundo nota divulgada pela Conlutas, associação que reúne diferentes movimentos sociais e também fez parte do ato, foi contra as reformas da previdência e outras que retiram direitos dos trabalhadores.

Protesto pára BR-381

Cerca de 150 representantes de movimentos sindicais e estudantis fecharam, na manhã de ontem, uma das pistas da Rodovia Fernão Dias, em Três Corações, no Sul de Minas, para protestar contra as reformas propostas pelo governo federal. O trânsito no trecho que liga o município a São Paulo ficou suspenso três horas e o congestionamento alcançou mais de 10 quilômetros. Com faixas, cartazes e bandeiras, eles interditaram a pista e puseram fogo em pneus. Alguns manifestantes cortaram eucaliptos que estavam na beira da estrada e os jogaram sobre o asfalto. A fumaça fez com que o tráfego da outra pista da BR-381, sentido Belo Horizonte, ficasse lento.

O protesto reuniu integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional dos Estudantes (UNE), Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), Assembléia Popular, Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Via Campesina e Marcha Mundial de Mulheres, além de pastorais sociais de Alfenas, Lavras, Pouso Alegre e Itajubá.

Segundo o coordenador do Conlutas, José Cláudio Guimarães, a movimentação ocorreu em várias partes do país, para reivindicar atuações em favor da reforma agrária e redução das tarifas de energia. Os manifestantes protestaram também contra as reformas trabalhista, previdenciária e universitária; e cobraram retirada de qualquer proposta que ameace o direito de greve do servidor público, entre outros temas.

A interrupção do tráfego deixou motoristas revoltados. Alguns saíram dos veículos para reclamar com os policiais. Cerca de 30 policiais foram mobilizados, para conter os manifestantes. Alguns tentaram impedir a passagem dos bombeiros que foram apagar o fogo. Depois de negociações, os sindicalistas saíram da rodovia e, por volta das 10h30, a Polícia Rodoviária Federal liberou a pista. Ninguém foi preso.

Fonte: Jornal Estado de Minas.
(Incluída em 24/05/2007 às 09:00)

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