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Greve do metrô deixa trânsito tumultuado

METRÔ DE BH

Com as 19 estações do metrô fechadas pelo segundo dia consecutivo em Belo Horizonte e Contagem, devido à greve dos metroviários, a capital acordou ontem com pontos de ônibus lotados de passageiros. Depois do primeiro dia de paralisação total, quando o tumulto ocorreu nas mais movimentadas estações e no trânsito das principais avenidas que ligam as regiões Norte, Nordeste e Venda Nova ao Centro, os 140 mil passageiros que dependem diariamente do transporte dos trens urbanos sofreram ontem com as longas filas nos pontos e coletivos cheios. Hoje, o metrô volta a circular normalmente a partir das 5h45 e deve operar as 252 viagens diárias, sob pena de punição da categoria pelo Ministério Público do Trabalho, caso não seja mantida pelo menos a escala mínima.

Na noite de terça-feira, o primeiro dia de greve, a Procuradoria do Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou com uma ação cautelar, com pedido de liminar, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) exigindo o funcionamento integral do metrô ontem nos horários de pico, entre as 5h30 e 10h30. No entanto, o oficial de Justiça do TRT não conseguiu notificar o Sindicato dos Empregados em Empresas Metroviárias de Minas Gerais (Sindmetro) em tempo hábil e a medida perdeu a eficácia. Se a categoria persistir com a paralisação, eles podem ser punidos caso não mantenham os trabalhos nos horários determinados , disse o procurador do MPT, Antônio Carlos Pereira.

Em caso de descumprimento da medida, a multa a ser paga pelo sindicato é de R$ 1 mil por posto não preenchido da maneira solicitada pela liminar. Infelizmente, o ministério não teve tempo de fazer a audiência antes do início da greve. Mas, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) tem legitimidade, como empresa responsável pelo transporte, para pedir a liminar diretamente ao tribunal e assim garantir que a população fique menos prejudicada , acrescentou o procurador.

Segundo a CBTU, a opção por notificar primeiro o ministério é uma forma de tentar resolver pacificamente o impasse entre a empresa e o sindicato. O MPT sempre foi nosso interlocutor em caso de paralisações. A CBTU acredita que esse é o melhor caminho para o diálogo com o sindicato, pois o tribunal pode tomar uma medida mais radical e definitiva, comprometendo as negociações , afirmou o superintendente do Metrô-BH, João Ernani Costa. Depois da greve de 48 horas, o Sindmetro garantiu hoje que o metrô deve operar normalmente e que não há previsão de novas paralisações. Fizemos um protesto de advertência para pressionar a empresa e o governo a atender nossos pedidos. Nossa pauta de reivindicações tem 19 pontos pendentes, entre eles um aumento de 39% no piso salarial , disse o diretor executivo do sindicato, Raimundo Bartolomeu.

Transtornos

Na Avenida Cristiano Machado, que, por causa da greve do metrô, recebeu cerca de 30 mil passageiros que normalmente embarcam nas estações BHBus São Gabriel e Minas Shopping, na região Nordeste, as filas nos pontos de ônibus deixaram usuários revoltados. Estamos esperando há mais de uma hora e meia e a lotação passa tão cheia que não pára nos pontos. Além do atraso, a greve está encarecendo minha viagem, pois agora tenho que tomar dois ônibus e pagar R$ 4, um prejuízo de R$ 1,60. É uma falta de respeito a população ser prejudicada por causa de uma paralisação , reclamou a diarista Margaret Alves, de 43 anos.

Na Estação BHBus São Gabriel, na região Nordeste, o movimento de passageiros foi bem menor do que no primeiro dia de manifestação, mas as filas para embarcar nos ônibus comprovavam os transtornos causados pela greve. Na terça-feira, cheguei ao trabalho com duas horas de atraso. Hoje (ontem), decidi me precaver. Acordei mais cedo e cheguei à estação com uma hora de antecedência. Mas, como os ônibus estão lotados, estou com medo de não chegar a tempo novamente , disse o chefe de operações de restaurante, Jonatas da Silva, de 21.

Fonte: Jornal Diário da Tarde.
(Incluída em 24/05/2007 às 09:15)

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