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Trabalhadores fazem protestos a favor de veto de Lula à emenda 3

PROTESTO

Trabalhadores de ao menos 12 categorias profissionais fizeram paralisações parciais, protestos e passeatas em capitais e principais cidades de vários Estados a favor do veto presidencial à emenda 3 e contra a retirada de direitos -como proibição de greves de servidores e mudanças na Previdência.

A emenda retira o poder de auditores fiscais de suspender contratos de prestação de serviços entre pessoas jurídicas, as chamadas PJs, se suspeitarem de vínculo trabalhista. No texto aprovado na lei que criou a Super-Receita, e vetado pelo presidente Lula, essa decisão deve caber à Justiça trabalhista. Os parlamentares ainda podem derrubar o veto.

A CUT, uma das centrais que organizaram e participaram dos protestos, informou que os atos mobilizaram 53 mil pessoas em nove Estados, segundo balanço parcial.

Em São Paulo, a principal manifestação ocorreu em frente ao prédio da Fiesp (federação das indústrias), na avenida Paulista. Apesar da chuva, a central sindical estimou em 5.000 o número de pessoas que aderiram ao protesto -eram esperadas cerca de 10 mil.

Na estimativa da Polícia Militar, cerca de 1.200 manifestantes estiveram no local às 11h de ontem. A CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil) participou do ato.

"A Fiesp foi escolhida por ser um símbolo da campanha "fiscal não é juiz", lançada em parceria com a OAB-SP e outras entidades empresariais. Era preciso dar uma resposta à tentativa dos empresários de fazer uma reforma trabalhista, disfarçada em quatro linhas, no texto da emenda, para abrir espaço para a retirada de direitos", diz Artur Henrique da Silva Santos, presidente da CUT.

A política econômica do governo Lula também foi alvo de protestos, principalmente de entidades como a Conlutas (central ligada ao PSTU e por sindicatos que deixaram a CUT). Na estimativa deles, 1,5 milhão de trabalhadores, servidores, estudantes e pessoas ligadas a movimentos sociais participaram de protestos, greves e paralisações de estradas em cidades de 16 Estados.

Na GM de São José dos Campos, onde o sindicato dos metalúrgicos da região é ligado ao Conlutas, 3.500 trabalhadores fizeram passeata e atrasaram em uma hora o início das atividades. Na região, a pista da via Dutra (sentido RJ) foi interrompida ontem pela manhã.

Houve paralisações parciais e protestos em outras sete empresas do interior, como Phillips, Embraer e Toyota.

Sem convite

Apesar de a CUT divulgar que os atos reuniriam sete centrais, dirigentes de parte delas informaram que não integraram os protestos porque não foram convidados. "A CUT fez ato na Paulista porque foi de certa forma pressionada pelos movimentos sociais que haviam marcado um dia de protesto contra o governo Lula. Por isso, concentrou seu ato contra a emenda 3. Participamos de outras manifestações, mas essa não foi discutida no fórum das centrais", diz João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical.

Silva Santos diz que "todas as centrais" foram convidadas.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo.
(Incluída em 24/05/2007 às 09:35)

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