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Reunião põe fim à invasão de usina

MANIFESTAÇÃO

Depois de quase 40 horas de ocupação, integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Via Campesina e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) concordaram em deixar as instalações da Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, responsável pela produção de cerca de 10% da energia gerada no país. Os manifestantes aceitaram a proposta de realizar hoje, na cidade de Tucuruí (onde se localiza a usina), reunião com representantes do Ministério de Minas e Energia e da diretoria da Eletronorte, além de, na quarta-feira, ser recebidos no ministério, em Brasília. A hidrelétrica foi ocupada quarta-feira pela manhã e, à noite, foi divulgado que os manifestantes haviam deixado o local, o que não ocorreu totalmente, pois cerca de 200 dos 600 invasores permaneceram ontem nas salas de controle e no quarto andar do prédio.

De acordo com o líder nacional do MAB, Roquevan Alves Silva, os manifestantes saíram pacificamente, por volta das 19h30. "O acordo não foi bom, mas pode ser melhor durante a reunião com os representantes do governo", assinalou.

"Precisamos saber o que motivou esta ocupação, entender as razões para isso ter acontecido, uma vez que existia um processo de discussão e solução de problemas em andamento, ainda que pudesse existir algum tipo de atraso", disse o secretário nacional da ação social da Secretaria Geral da Presidência, Wagner Caetano. "Não há compromisso que não estivesse em execução", assegurou, lembrando que as novas conversas com os integrantes do MAB se pautarão nos itens que já estão em entendimento com o governo federal. Os manifestantes reivindicam o pagamento de indenização às famílias desalojadas, há 23 anos, para construção da hidrelétrica, além de melhorias em educação e saúde, pavimentação de estradas e redução da tarifa de energia elétrica cobrada pela Rede Celpa, uma companhia particular atuante no Pará.

TROPAS Desde quarta-feira, a Justiça tinha dado reintegração de posse à Eletronorte e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizado o envio de tropas do Exército ao local. A hidrelétrica foi cercada por 2 mil homens da 23ª Brigada de Infantaria da Selva (Marabá) e oficiais passaram a negociar com os invasores, que exigiam a presença de representantes de Brasília em Tucuruí.

Com a chegada dos militares, as estradas de acesso à usina foram bloqueadas e dois helicópteros vigiavam a área. Cerca de 400 manifestantes ficaram do lado de fora da usina, depois da desocupação parcial. O protesto começou na madrugada de quarta-feira. A atitude dos invasores surpreendeu os governos local e federal, que não esperavam que os manifestantes tomassem a usina. A invasão somente ocorreu depois que os integrantes dos movimentos sociais entraram em confronto com policiais militares, por causa do bloqueio que haviam feito da estrada que dá acesso a Tucuruí, como parte da manifestação. Um dos militantes foi atingido por uma bala de borracha, os ânimos se acirraram e grupo, que já estava na entrada da usina, derrubou o portão e entrou na sala de máquinas da hidrelétrica.

Com a saída de parte dos manifestantes das instalações da hidrelétrica, iniciou-se uma intensa negociação, para que os outros também deixassem o local pacificamente, sem a necessidade de atuação dos militares. À tarde, a impaciência começou a tomar conta do grupo de invasores, que exigia uma resposta do governo federal às reivindicações e afirmava que não pretendia sair da usina, mesmo com a ameaça de invasão do Exército para retirá-los.

"Nós estamos desesperados, mas também cansados de receber ordens do governo dizendo o que devemos fazer ou não fazer para que nossos direitos sejam reconhecidos", afirmou a líder do MAB, Euvanice de Jesus Furtado, contando que os manifestantes tinham dado um prazo, que venceria às 17h, para que o governo assumisse uma posição. Depois do prazo, Euvanice disse que o movimento pretendia radicalizar. Segundo Luciane Andrioli, também do MAB, além de negociarem com oficiais do Exército, na própria usina, os líderes estavam em contato com representantes da Secretaria Geral da Presidência e do Ministério de Minas e Energia.

Fonte: Jornal Estado de Minas.
(Incluída em 25/05/2007 às 08:50)

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