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Greves e manifestações continuam

USP

O decreto declaratório editado anteontem pelo governador José Serra (PSDB) não foi suficiente para acabar com os protestos na Universidade de São Paulo (USP). Ontem, o sindicato dos professores decidiu manter a greve iniciada na semana passada, o sindicato dos funcionários votou por, além de seguir com a paralisação, fechar os portões da instituição na terça-feira e os alunos iniciaram à noite uma assembléia para resolver o futuro da ocupação da reitoria, que hoje completa 30 dias. Até as 20 horas não haviam chegado a uma definição. A reitora Suely Vilela disse que irá recebê-los na segunda-feira.

“Estava havendo confusão entre gente de boa-fé, sem falar naqueles de má-fé que, naturalmente, divulgam coisas malucas, por exemplo, que as universidades não podiam contratar. Elas estão contratando desde o começo do ano”, afirmou o governador ontem, durante inauguração de um laboratório em Fernandópolis, no interior do Estado. “O que nós fizemos foi prestar esclarecimento”, disse.

O decreto declaratório assinado por Serra afirma que as atribuições do titular da Secretaria de Ensino Superior não esbarram nos assuntos internos das universidade. Além disso, afirma que os decretos que tratam de contratação de pessoal, sistema de reajuste de salários e remanejamento de verbas são destinados aos órgãos da administração direta e indireta, mas “não se aplicam às universidades estaduais paulistas”.

“As universidades têm de voltar a funcionar normalmente, sem violência, sem quebra do Estado de Direito. Isso é o mais importante”, complementou Serra. Questionado sobre uma possível ação da PM para cumprir a ordem de reintegração de posse determinada pela Justiça há mais de duas semanas, ele afirmou que “o que a polícia está tentando fazer é encontrar saída pacífica para esse assunto”.

Os dirigentes da USP divulgaram ontem um comunicado no qual afirmam que “há esclarecimento cabal das questões relativas a contratações de pessoal, gestão financeira, gestão de contratos e política salarial, que causavam preocupação quanto à autonomia das universidades”. Um grupo formado pela reitora Suely Vilela analisou o documento publicado no Diário Oficial do Estado. O Cruesp, conselho dos reitores das três instituições, que pediu o texto ao governador, também analisou e deu parecer semelhante sobre o tema.

Assembléia

Na manhã de ontem, no prédio da Escola Politécnica (Poli), que raramente adere a paralisações, estudantes liderados pelo centro acadêmico decidiram votar por uma paralisação na segunda-feira. No entanto, eles rejeitaram a adesão à greve de alunos.

Já na ocupação, antes da assembléia, que desta vez foi realizada dentro do prédio, um grupo de alunos fez uma intervenção teatral. Cinco jovens apareceram carregando cartazes com “nupinotti serrarão as verbas da universidade pública” e “serra, serra, serradô, quantas verbas já serrou?”.

Do lado de fora, outros alunos distribuíam folhetos pedindo a “continuidade da luta” e a “expansão nacional do movimento”. O texto estava assinado com um sigla Loi-Qi, apontando para o endereço de um site em construção. Depois da assembléia, o movimento programava um show com B Negão, integrante da banda Planet Hemp. Para hoje, as 14 horas, estava prevista uma palestra e curta apresentação do cantor Tom Zé.

Unesp

As manifestações nos campi do interior da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), que começaram impulsionados pela ocupação da reitoria da USP, também continuaram ontem. “Temos a nossa própria pauta de reivindicações para Franca”, disse o estudante Caio Cândido Ferraro, um dos que se revezam na ocupação da sala da vice-diretoria da Unesp de Franca desde segunda-feira. Pelo menos 80 dos 120 funcionários da instituição continuam em greve. Apesar da não adesão à greve, os professores se mobilizam e apóiam a discussão contra os decretos governamentais.

O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) constituiu ontem uma comissão para acompanhar a arrecadação de Impostos Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Estado. A comissão terá técnicos das três universidades . Segundo a reitoria da Unicamp, a medida foi adotada pela necessidade de preservar o poder aquisitivo dos salários, manter o equilíbrio financeiro das universidades e tentar administrar as dificuldades de compatibilizar uma parcela fixa com a estrutura das carreiras das instituições. O reajuste dado pelo governo foi de 3,37%. Em outubro, o Cruesp e o Fórum das Seis avaliarão a possibilidade de novo modelo de arrecadação do imposto, que leve em consideração as discussões sobre a estrutura da carreira de cada universidade.

Fonte: Novo Jornal.
(Incluída em 04/06/2007 às 09:50)

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