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Greve afeta atendimento odontológico

UFMG

Os reflexos da greve dos servidores administrativos das instituições de ensino superior já começam a afetar alguns setores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A clínica da Faculdade de Odontologia vai fechar as portas a partir de quinta-feira por falta de funcionários na organização e manutenção de serviços básicos. No Hospital das Clínicas, o atendimento está sendo feito em escala mínima e, na biblioteca central, o empréstimo de livros está suspenso. O Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino Superior (Sindifes) ainda não tem um balanço dos efeitos da paralisação, mas afirma que a adesão é crescente. A pró-reitora de Recursos Humanos, Elizabeth Spangler, informou que, até o momento, o calendário escolar não está sendo prejudicado.

Na clínica de odontologia, são recebidas de 600 a 800 pessoas por dia, encaminhadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente da Região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Os pacientes são atendidos por alunos, com a supervisão de professores e o suporte de servidores. De acordo com a coordenadora do Centro de Apoio ao Usuário, Marisa Maia Drumond, alguns setores de responsabilidade dos funcionários, como a central de esterilização e o almoxarifado de material de consumo, são indispensáveis para o funcionamento das atividades.

Ontem, a metade dos atendimentos estava sendo feita com o apoio dos estagiários do curso de enfermagem da Cruz Vermelha. Um acordo feito com os grevistas garantiu a escala mínima até amanhã. A partir de quinta-feira, apenas os pacientes de oncologia, transplantados ou na fila de transplantes, da hemodiálise e aqueles cujas próteses estão em laboratório não terão o tratamento interrompido. “Recebemos os pacientes, explicamos o que está ocorrendo e vamos deixá-los em estado que possam aguardar o retorno”, afirmou Marisa. “O prejuízo é muito grande, pois os pacientes são dispensados e não têm data para o retorno”, completou. A professora Marlene Vitorino Ruela, de 50 anos, está começando um tratamento de estética e prótese. Ontem, no segundo dia de tratamento, ela se surpreendeu com a notícia da greve. “Sei que, geralmente, eles demoram para voltar, mas vou esperar. Nunca tratei aqui, mas acho que vale a pena”, disse.

No Hospital das Clínicas, os serviços também estão sendo cumpridos em escala mínima, como na lavanderia, oftalmologia, dermatologia e em alguns andares de enfermaria. Segundo o coordenador de assuntos jurídicos do Sindifes, Balbino Cosme Siqueira Neto, a greve está sendo discutida por setores para avaliação da urgência de cada um. O hospital informa que a direção não vai se pronunciar sobre a paralisação. A unidade é responsável por 3,5 mil atendimentos de urgência por mês, 1,6 mil internações, 32 mil consultas ambulatoriais e 98 mil exames.

Se de um lado a comunidade sente as conseqüências da greve, de outro, os alunos perdem alguns serviços também. Os estudantes do quarto período de medicina Bernardo Aramuni Mariano, de 21, e Cássio Fernando de Assis Carvalho, de 22, não conseguiram pegar o livro de microbiologia na biblioteca central. O acesso aos volumes está fechado e liberadas apenas as mesas para estudo individual e em grupo. “Temos a opção de comprar os livros ou tirar cópias, mas muita gente não tem condições e depende da biblioteca”, afirmou Bernardo. Para Cássio, a paralisação é importante, mas deve ser refletida: “Eles têm o direito de greve, mas deve ser discutido até onde prejudica quem precisa dos serviços”.

AVALIAÇÃO Amanhã, a categoria faz assembléia às 9h, em frente à Faculdade de Medicina, na Avenida Alfredo Balena, na Região Hospitalar, em BH, para discutir os rumos da paralisação e os resultados da reunião no Ministério do Orçamento e Gestão que vai abrir a rodada de negociações. Levantamento do Sindifes aponta que 38 das 53 universidades do país aderiram ao movimento. Em Minas, além da UFMG, já entraram em greve os servidores de Uberlândia (UFU) e de Juiz de Fora (UFJF). Os de Ouro Preto (Ufop), de Viçosa (UFV) e da Faculdade Federal de Odontologia de Diamantina (Fafeod) têm assembléias marcadas para esta semana.

A categoria reivindica um piso salarial de três salários mínimos, a contratação de servidores, a restituição do direito de greve, é contra o Projeto de Lei Complementar (PLC) 01/2007, que limita os gastos com pessoal da União, e pede que os hospitais universitários sejam transformados em fundações estatais para serem bancados não somente pelo Ministério da Educação, mas também pelos da Ciência e Tecnologia e da Saúde.

Fonte: Jornal Estado de Minas.
(Incluída em 05/06/2007 às 09:00)

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