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Greve: quase 100 mil servidores federais

BRASIL

Uma nova categoria aderiu ontem à greve dos servidores públicos federais que vem se alastrando pelo País. Dessa vez foram os funcionários do Datasus - instituição que dá suporte de informática ao Sistema Único de Saúde (SUS). No conjunto já são quase 100 mil servidores parados, de acordo com informações dos comandos de greve - quase todos reivindicando salários mais altos. Isso corresponde a 8,9% do total de 1,1 milhão de servidores na ativa.

O grupo paralisado há mais tempo é o dos funcionários do Banco Central - cuja greve completa hoje 34 dias. Também cruzou os braços a maioria dos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Ministério da Cultura, Comissão Nacional de Energia Nuclear e do setor administrativo das universidades federais.

Este último grupo é o mais numeroso. De quase 105 mil funcionários na ativa, cerca de 84 mil estão parados. “A greve já chegou a 38 universidades federais”, diz Léia de Souza Oliveira, coordenadora da Federação dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra).

Além de pedir piso salarial mais alto e recursos para o plano de saúde complementar da categoria, estes funcionários exigem que os ministérios do Planejamento e da Saúde abandonem os estudos para transformar os hospitais universitários em fundações. “Se isso acontecer, eles deixarão de ter compromissos com a formação dos alunos e a produção de conhecimento”, diz Léia.

A Fasubra não é a única entidade a incluir questões de amplo alcance na lista de reivindicações. Os funcionários do Incra cobram o fortalecimento da instituição, para que possa acelerar a execução do programa federal de reforma agrária.

No Ibama, querem a derrubada da MP 366, com a qual o governo fracionou a instituição em duas partes. “Foi uma decisão absurda: aumenta a burocracia e os gastos públicos”, diz Jonas Correa, da associação de funcionários do instituto.

Na maior parte dos casos, os grevistas não paralisaram completamente as repartições. “O Banco Central está funcionando precariamente, em regime de contingência”, explica Edson Cardone, diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal.

Com exceção do Banco Central, cuja greve pode acabar nesta semana, depois que grevistas e governo chegarem a um acordo sobre os dias parados, não há perspectivas de solução a curto prazo para as paralisações. O Ministério do Planejamento negocia com cada movimento grevista, mas já avisou: não há possibilidade de aumento neste ano.

Segundo a assessoria de comunicação do ministério, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já corrigiu as principais distorções salariais que teria herdado de governos anteriores. Os grevistas rebatem. Dizem que, embora tenha feito acordos em anos anteriores, prometendo executá-los neste ano, o governo recuou.

As greves teriam ganho força nos últimos dias, por causa do acordo que o governo fez com servidores da Polícia Federal. “Se atendeu aquele setor, terá que atender os outros”, diz Cardoni.

Outro alvo de reclamação dos grevistas, presente em quase todas as listas de reivindicações, é o Projeto de Lei Complementar 01/2007 - que limita a despesa com pessoal e encargos sociais no serviço público, incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) enviado ao Congresso. Neste caso também existe um impasse: segundo o Planejamento, o governo não tem intenção de mudar o projeto.

Fonte: Novo Jornal.
(Incluída em 05/06/2007 às 10:05)

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