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Servidores protestam com café e bolo e temem cortes

CAMPANHA SALARIAL

Servidores ativos e aposentados da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) promoveram ontem o que chamaram de café da decepção , no saguão da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), para promover sua campanha salarial, iniciada em 31 de maio, e reivindicar respostas do governo do estado à sua pauta de reivindicações. Num movimento bem-humorado, eles utilizaram o balcão da recepção para servir café, leite e bolo. O protesto contou com a presença principalmente de aposentados da instituição, que temem um corte de até 80% em seus salários, segundo nota do Núcleo da Asthemg dos aposentados da Fhemig e servidores do Hospital Alberto Cavalcanti, situado no Padre Eustáquio.

De acordo com o diretor da Asthemg, Carlos Augusto dos Passos Martins, depois de aberta a campanha, alguns fatos surgiram, como a possibilidade de descontos de pagamento indevido de salários a 104 aposentados da Fhemig e reclamações quanto às condições de trabalho no Hospital Alberto Cavalcanti, principalmente no atendimento à urgências. Os descontos deverão ser feitos já nos próximos salários e a direção da associação quer esclarecimentos os motivos, além de pedir uma solução que não onere os antigos funcionários. Se houve erro, foi da administração e os aposentados não podem ser prejudicados depois de mais de 10 anos recebendo esses valores. Eles já sofrem com o congelamento de seus salários por mais de 15 anos.

Antonina Emília de Oliveira, representante do núcleo dos aposentados, disse que todos estão muito apreensivos, e sem informações seguras sobre o que pode acontecer com seus salários. A Fhemig alega que trata-se de corrigir um erro que vem se repetindo há 10 anos, mas não podemos ter nossos salários reduzidos. Se isso acontecer, teremos que acionar a Justiça e sabemos como ela é morosa. Somos todos idosos e talvez não vejamos o resultado.

O movimento também criticou a falta de funcionários no Hospital Alberto Cavalcanti, que estaria comprometendo o bom atendimento. Os servidores alegam que faltam lençóis e alimentos e que no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) há auxiliares se desdobrando para atender os pacientes, cada um se responsabilizando por três.

Conforme o chefe de Fiscalização do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG), Rubens Schroder Sobrinho, há uma portaria do Ministério da Saúde que determina que o número de auxiliares de enfermagem em CTIs não pode ultrapassar um para cada dois pacientes e, caso constatada a irregularidade, a unidade de saúde pode receber de advertências a punições.

Pagamento indevido

A assessoria da Fhemig negou que haja problemas de falta de auxiliares na urgência e emergência ou no CTI do Hospital Alberto Cavalcanti e disse que o problema foi verificado ontem, quando o hospital atendia com sua capacidade máxima, devido à falta de três auxiliares de enfermagem. A falta de materiais ou alimento para os pacientes, segundo a assessoria, só acontece quando a demanda é superior à capacidade, como nessa época de frio, e pacientes chegam a ser atendidos em macas nos corredores. Após uma reunião com representantes da categoria hoje (ontem), a Fhemig prometeu estudar uma forma de redimensionar o trabalho dos servidores no Alberto Cavalcanti e comprar materiais como cadeiras de rodas, roupa de cama e cobertores , contou Carlos Martins.

Em nota, a Fhemig informou que as aposentadorias de 104 dos quase 1.500 aposentados da Fhemig estão sendo revistas, uma vez que à época foram incorporadas verbas ou vantagens sem que houvesse amparo legal para sua concessão. O pagamento estava sendo feito de forma indevida, incorporado ao salário. Uma comissão de servidores e representantes foi recebida no final da manhã de ontem pelo secretário-adjunto de Planejamento e Gestão, Frederico Pacheco de Medeiros, que agendou nova reunião para 15 de junho, quando serão discutidas as reivindicações.

Fonte: Jornal Diário da Tarde
(Incluída em 12/06/2007 às 09:30)

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