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Greve de professores termina na USP

USP

Em assembléias realizadas na manhã desta segunda-feira (11), os professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) decidiram continuar em greve e os da Universidade de São Paulo (USP) suspender a paralisação.

Nas duas assembléias as votações não foram unânimes. Na Unicamp, os 110 docentes que participaram da reunião ficaram bastante divididos sobre encerrar ou não a paralisação. A Associação de Docentes da Unicamp (Adunicamp) ainda não informou os números exatos da votação.

No prédio do Instituto de Geografia da USP, na Cidade Universitária, na Zona Oeste da capital paulista, cerca de 170 professores participaram da reunião da Associação de Docentes da USP (Adusp) e votaram pela suspensão da greve iniciada no dia 23 de maio. A decisão não foi unânime e os professores continuam reunidos. A USP tem 37 unidades de ensino e pesquisa, 80.589 alunos matriculados (entre graduação e pós), 5.222 professores e 15.295 funcionários. Os dados são do anuário estatístico de 2006.

"Avaliamos que houve alguns avanços importantes e que deveríamos mudar nossa forma de luta", disse, após a reunião, o professor César Minto, presidente da Adusp.

Na USP, a maioria das faculdades que tiveram representantes na reunião desta manhã pediu a suspensão da greve. Representantes dos alunos e funcionários que ocupam a reitoria da universidade desde o dia 3 de maio também falaram. Eles pediram a continuidade da paralisação.

"Caso o movimento fique somente entre estudantes e funcionários, muitos diretores não perdoarão os grevistas e a pressão pela entrada da polícia no campus será maior", dizia o comunicado dos alunos, lido por uma representante.

Apesar de terem decidido pela greve, os professores foram enfáticos no posicionamento contra o uso de violência para a retirada dos alunos da reitoria e também contra qualquer tipo de punição a alunos, funcionários e docentes grevistas.

Apesar das manifestações em apoio aos estudantes, os professores decidiram suspender a greve. Na prática, a decisão significa que a partir desta terça-feira (12), os docentes da USP voltam às atividades normais.

"Mas pode ser que esse começo ainda seja confuso, porque os alunos e os funcionários ainda estão em greve", disse o professor César Minto. Ele ressalta, no entanto, que a categoria continua "na luta". "Continuamos em estado de assembléia geral permanente. Isso significa que a qualquer momento podemos chamar uma assembléia", diz Minto.

Segundo o presidente da Adusp, em estado normal, há um prazo mínimo que deve ser respeitado para a convocação de assembléias.

César Minto disse também acreditar que a suspensão da greve terá influência na continuidade do movimento dos estudantes e funcionários. "É muito provável que nossa decisão acabe por interferir na decisão de outras categorias". Uma nova assembléia dos professores da USP está marcada para as 10h de 19 de junho.

Na assembléia dos professores da USP houve um início de confusão com os alunos. Pouco antes da votação, no que pareceu uma última tentativa de mobilizar os docentes a não suspenderem a greve, representantes dos estudantes pediram a palavra.

Queriam avisar que os docentes da Unicamp haviam votado pela manutenção do movimento. A mesa, no entanto, não deixou os alunos falarem, já que a reunião já se estendia por mais de duas horas.

Uma das estudantes resolveu então gritar a notícia. Alguns professores se incomodaram com a atitude da jovem e chamaram sua atenção. Houve a votação e a suspensão da greve foi aprovada. Ouviram-se vaias. O vice-presidente da Adusp, Francisco Miraglia, tomou o microfone e interveio. "Vaias não são aceitas aqui. Essa assembléia é soberana", disse.

Quase ao mesmo tempo, estudantes que estavam sentados no chão começaram uma discussão com um fotógrafo, que havia acabado de bater fotos deles.

"Ele enfiou a máquina na minha cara. Só queria saber o que ele vai fazer com a minha foto", disse Fábio Brant, que afirmou estar no evento como jornalista, fazendo uma reportagem para o jornal da universidade.

Depois da confusão, alguns estudantes deixaram a sala. Incomodados com o barulho, os professores, que seguiam as votações, pediram para fechar uma das portas do auditório.

Do lado de fora, os alunos não quiseram dar entrevistas ou comentar a decisão dos professores. Uma das representantes se limitou a dizer que "a Adusp é que está isolada."

A comissão de comunicação dos estudantes, que ocupam a reitoria da USP desde o dia 3 de maio, disse que o grupo vai avaliar o fim da greve dos professores numa assembléia que será realizada nesta terça-feira (12), às 18h.

Unicamp

Segundo informações da Adunicamp, por uma pequena diferença, a maioria dos professores presentes optou por continuar a greve. Uma nova assembléia para discutir os rumos do movimento e também a questão salarial foi agendada para quinta-feira (14), às 10h.

A assembléia da semana passada, que aprovou o indicativo de fim da greve, contou com a participação de 153 docentes. A Unicamp possui 1.700 professores, 34 mil alunos (entre graduação e pós-graduação) e 7.500 funcionários.

Os professores querem aumento de 3,15% mais a incorporação de uma parcela fixa de R$ 200 aos salários. O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), ofereceu um reajuste de 3,37% - sem a incorporação dos R$ 200.

O conselho propôs ainda que ambas as partes se reunissem mensalmente para discutir a evolução de arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Por lei, as três universidades recebem 9,57% do ICMS arrecadado pelo estado mensalmente. Existe uma previsão de arrecadação e a diferença (quando o estado arrecada mais) é repassada sempre no mês seguinte.

O Cruesp se comprometeu também em fazer uma nova reunião de negociação em outubro para analisar a evolução do ICMS e discutir um possível reajuste no valor.

Unesp

De acordo com a Rede Globo, Os professores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) vão fazer assembléias, durante esta semana, em cada uma das sete unidades onde há greve de professores: Assis, Ilha Solteira, Marília, Bauru, Rio Claro, Araraquara e Franca. Os docentes de Marília e Araraquara estão reunidos neste momento para decidir se permanecem ou não em greve.

Fonte: Novo Jornal.
(Incluída em 12/06/2007 às 10:15)

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