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Metrô só circula de manhã

IMPASSE

O primeiro dia de greve por tempo indeterminado dos metroviários de Belo Horizonte foi marcado por transtorno, atrasos e congestionamentos no trânsito da capital. A lei estabelece uma escala mínima de 30% nos serviços essenciais e, por isso, o metrô está funcionando apenas das 5h30 às 10h30, entre segunda e sexta-feira, e das 5h30 às 9h nos sábados. Domingos e feriados não há expediente. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou que, dos 144 mil passageiros diários do sistema, 90 mil estão sendo prejudicados. A perda em arrecadação chega a R$ 108 mil/dia.

A CBTU pode ajuizar ainda hoje uma ação de dissídio, no Tribunal Superior do Trabalho (TST), questionando a greve dos metroviários, que fazem nova assembléia amanhã e ameaçam continuar com braços cruzados se o governo federal não aumentar o piso salarial de R$ 573 para R$ 700. Essa é a segunda paralisação da categoria em menos de um mês. Nos dias 22 e 23 de maio, os servidores também não trabalharam. Desde o início da semana, eles espalharam cartazes pelas estações da capital e de Contagem, mas muitos passageiros só ficaram sabendo do movimento ontem, quando encontraram as bilheterias fechadas depois das 10h30.

O caminhoneiro Júlio Magalhães, de 51 anos, chegou à Estação do Eldorado 15 minutos depois. “Moro no Bairro Água Branca e uso o metrô todos os dias, assim como minha mulher e minha filha. Não sou contra ninguém reivindicar os direitos, mas a população não pode ser penalizada. Preciso ir ao Bairro São Paulo (Região Nordeste de BH). De trem, gasto cerca de 25 minutos. Vou ter que pegar dois ônibus. Daqui a 90 minutos ou duas horas chego lá. O tempo vai aumentar muito. Também o gasto, pois vou ter que pegar dois coletivos”, reclamou.

O vigia do local foi obrigado a dar várias informações aos usuários que chegaram depois do expediente ser encerrado. Nos poucos segundos que teve de descanso, confessou: “Minha boca está doendo de tanto falar greve e escala mínima”. A Polícia Militar compareceu à plataforma, mas apenas por precaução. A situação foi a mesma nas outras estações.

Na São Gabriel (Nordeste), a cabelereira Aline de Oliveira, de 26, moradora do Ribeiro de Abreu (Norte), disse que chegaria atrasada ao médico. Com a filha de dois meses no colo, ela não escondeu o cansaço e a decepção. “Vou ter que ir de ônibus. Vai demorar mais.” Na Estação Central, a ajudante de cozinha Tatiane Santos Freitas, de 23, também lamentou o portão fechado: “Que azar!”.

ASSEMBLÉIA O secretário-geral do Sindicato dos Empregados em Empresas Metroviárias de Minas Gerais (Sindmetro), André Senna Carneiro, diz que, além do aumento do piso salarial, a classe reivindica revisão no plano de cargos e salários, reajuste do plano de saúde e outros. “A CBTU nos ofereceu um aumento de 5,4% em dois anos. É muito pouco, fica abaixo da inflação”, criticou.

Já o superintendente do metrô em BH, João Hernani Antunes Costa, lamentou a paralisação: “Consideramos a greve inoportuna, tendo em vista que as negociações não haviam sido esgotadas. É uma medida que penaliza usuários e não-usuários, pois há aumento no fluxo de veículos, causando congestionamentos na cidade”.

Reforço nos ônibus

Para amenizar os transtornos da paralisação dos metroviários, a BHTrans montou, ontem, um esquema especial no transporte coletivo. O número de viagens da linha 80 (Estação São Gabriel/Túneis da Lagoinha) foi aumentado, com o objetivo de compensar a falta de transporte no terminal de integração, o maior da capital. Com isso, o tempo de espera pelos ônibus diminuiu de 8 para 5 minutos. Os coletivos também fizeram um trajeto mais longo, levando os passageiros para áreas do Centro próximas às estações de trens. A operação especial vai ser mantida até o término do movimento.

No fim do dia, o trânsito ficou lento na Avenida Cristiano Machado, paralela à linha do metrô. Das 17h45 às 19h30, horário de pico da tarde, a velocidade dos veículos, que normalmente é de 45 km/h, caiu para 20 km/h no sentido Centro/bairros. Segundo a Central de Operações da empresa, o arranca-e-pára, provocado pelo excesso de ônibus nos pontos e o tráfego atípico de carros de passeio, ia dos túneis da Lagoinha, no limite com o Centro, ao Bairro Floramar, na Região Norte.

Para evitar mais problemas, como a obstrução de cruzamentos, agentes de trânsito foram deslocados para a região. Houve impactos, também, na área central. O tráfego ficou lento em algumas vias, como Afonso Pena, Contorno e Andradas.

Fonte: Jornal Estado de Minas.
(Incluída em 14/06/2007 às 08:55)

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