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Médicos fazem paralisação

NEGOCIAÇÃO

A paralisação de 24 horas dos médicos da rede municipal de Belo Horizonte, marcada para começar hoje, às 7h, deve agravar ainda mais a situação do atendimento público na capital. A promessa da categoria, que está em campanha salarial, é de que os 2.470 médicos vinculados à prefeitura atendam, em regime de escala mínima, apenas os casos de urgência e emergência, nas sete Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e no Hospital Odilon Behrens. Os 141 centros de saúde e os quatro postos de atendimento médico ficarão fechados.

Em reunião, no início da tarde de ontem, representantes da prefeitura tentaram convencer o Sindicato dos Médicos do Estado de Minas Gerais (Sinmed) a desistir, mas a categoria decidiu manter a paralisação e um novo encontro foi marcado para amanhã. “Apesar da solicitação da PBH, não podemos suspender uma decisão tomada em assembléia. Aparentemente, foi mostrada a intenção de atender as principais reivindicações, já que ela entendeu a necessidade de não alterar os níveis de progressão na carreira e de garantir a recomposição do piso salarial”, disse o presidente do Sinmed, Cristiano da Matta Machado.

No Diário Oficial do Município (DOM) de ontem, a prefeitura publicou uma proposta de aumento salarial de 5% para os médicos, criação de um adicional de fim de semana para os funcionários das UPAs, fixação de um abono especial para as equipes de Saúde da Família e aumento no salário de ingresso nos centros de saúde de R$ 2.041 para R$ 2.393. A reivindicação da categoria é de um piso salarial de R$ 3.481 por 20 horas semanais, além de melhores condições de trabalho.

A possibilidade de ficar sem atendimento revoltou a população no Centro de Saúde Carlos Prates, na Região Noroeste, onde houve fila para consultas especializadas. “Normalmente, a gente espera mais de um mês. Isso é uma falta de respeito com as pessoas, que perdem dia de serviço, tempo e dinheiro para se deslocar até o posto”, contou a estudante Mônica de Barros, de 22 anos. A faxineira Sônia de Lima, de 35, defende que os médicos lutem sem prejudicar o povo. “Já sofremos tanto com a baixa qualidade do atendimento que é inaceitável os postos fecharem”, disse.

LEITOS Além da paralisação de 24 horas, o atendimento público vive um momento delicado por problemas em duas unidades: o Hospital das Clínicas, que teve 130 leitos desativados e 30% dos serviços médicos e administrativos suspensos devido à greve dos servidores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); e o Hospital Municipal Odilon Behrens, que sofreu uma mudança brusca no quadro de funcionários do Centro de Terapia Intensiva (CTI), com um pedido de demissão coletiva de 18 médicos intensivistas, na semana passada.

Segundo a superintendente do Hospital Odilon Behrens, Susana Hates, os médicos do CTI foram substituídos, imediatamente, por 13 profissionais concursados, mas a unidade sofre com uma sobrecarga nos serviços de urgência por causa de um aumento contínuo da procura. Em 2005, eram realizados 470 atendimentos mensais; em 2006, esse número passou para 520 por mês; e em maio, chegou a 550 pacientes. No último ano, o hospital ainda registrou um aumento de 40% no atendimento de pessoas da Região Metropolitana de BH.

“Estamos trabalhando com o máximo de nossa capacidade e não há possibilidade de crescimento. A superlotação é reflexo do aumento da procura e da paralisação parcial do Hospital das Clínicas. No CTI, os 13 médicos contratados estão trabalhando com carga horária maior e suprindo bem a saída dos outros profissionais e ainda transformamos sete leitos da unidade de cuidados intensivos em 10 leitos de pacientes de alta complexidade, o que era uma necessidade antiga”, explicou Susana Hates.

Fonte: Jornal Estado de Minas.
(Incluída em 20/06/2007 às 09:30)

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