Retorna ao índice de Giro Sindical Movimento termina hoje
MÉDICOS
Vinte e sete porcento dos centros de saúde de Belo Horizonte suspenderam totalmente o atendimento médico, em virtude da greve de 24 horas feita ontem pela categoria. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, das 180 unidades de saúde da prefeitura, que incluem os centros de saúde e as unidades de pronto-atendimento (UPAs), 70% funcionaram apenas parcialmente. No Hospital Odilon Behrens, na Região Nordeste da capital, só foram atendidos casos de urgência e emergência. Os médicos municipais retornam ao trabalho às 7h de hoje .
Ontem, as vizinhas Leonice Sousa e Débora Sousa da Silva foram ao Centro de Saúde do Bairro Pompéia, na Região Leste, mas voltaram para casa sem conseguir atendimento para os filhos, João Paulo e Erick, de 5 e 3 meses, respectivamente. “Ele chorou a noite toda. Já tinha essa consulta marcada há um mês. Agora, vou ter que voltar para casa com o menino passando mal”, resignou-se Leonice. Já Débora optou por procurar assistência na rede privada. “Ele está com princípio de pneumonia. Não posso deixá-lo assim. Vou ter que pagar um médico”, disse a estudante.
Segundo o Sindicato dos Médicos do Estado de Minas Gerais, 78,8% dos profissionais que atuam nos centros de saúde da capital aderiram à paralisação. O presidente do sindicato, Cristiano da Matta Machado, afirma que a mobilização é um alerta sobre a situação da saúde pública no município. “É preciso salientar que nas unidades de pronto- atendimento, onde deveria haver três médicos, há um ou nenhum. O atendimento, mesmo sem a paralisação, já está em escala mínima. Na prática, temos atendimento parcial todos os dias em BH”, afirma. Hoje, a categoria se reúne com a administração municipal para analisar a nova proposta salarial.
A prefeitura defende proposta de reajuste salarial de 5% para os médicos, com criação de um adicional de fim de semana para os funcionários das UPAs, fixação de abono especial para as equipes de Saúde da Família e aumento do salário de ingresso nos centros de saúde de R$ 2.041 para R$ 2.393. A reivindicação da categoria é de um piso salarial de R$ 3.481 por 20 horas semanais, além de melhores condições de trabalho.
Conforme a secretária-adjunta municipal de saúde, Maria do Carmo, de uma pauta de nove reivindicações dos médicos, oito itens já foram atendidos, restando apenas a discussão sobre a questão do piso salarial. “Há sinalização do sindicato para aceitar essa proposta. Amanhã (hoje) teremos nova reunião e esperamos conseguir solucionar a questão.”
Fonte: Jornal Estado de Minas. (Incluída em 21/06/2007 às 09:15)
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