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Lula critica greve no Ibama e defende corte dos salários

IBAMA

Em solenidade ontem no Palácio do Planalto na qual seguranças do governo reprimiram uma manifestação de servidores em greve do Incra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o corte de salários dos grevistas e, em tom de ironia, disse que os funcionários do Ibama desconhecem o motivo da paralisação na autarquia.

"Não sou contra a greve. Quero é regulamentar greve. Ninguém pode ficar 70 dias sem trabalhar e depois receber os dias que não trabalhou."

As greves do Incra e do Ibama já ultrapassaram um mês. Os primeiros pedem aumento de salário e o reaparelhamento do órgão, e os últimos exigem a rejeição de uma medida provisória que cria o Instituto Chico Mendes e enfraquece o Ibama.

Lula determinou ao Planejamento que os dias parados nessas autarquias sejam descontados dos salários. "Tem gente que quer fazer 90 dias de greve. Pergunte por que o Ibama está em greve hoje. Eles não sabem, porque tiveram os aumentos que queriam. Estão em greve porque a Marina [Silva] está propondo uma mudança entre a turma dos licenciamentos prévios e a turma dos parques", disse Lula ao lançar o plano safra da agricultura familiar.

Num dos salões de eventos do Planalto, ao menos 50 servidores do Incra conseguiram se misturar aos 500 convidados e ergueram faixas de protesto. "Lula não cumpre acordo, Incra parado", dizia uma delas.

Com a palavra, o presidente da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Manoel José dos Santos, cobrou de Lula uma solução à greve do Incra, que já dura 37 dias. "O presidente da República e o governo Lula precisam pôr um fim a essas greves, fazendo uma negociação constante", disse, aplaudido.

Sob vaias, falou o ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário). "Recuperamos em muito o salário dos funcionários, criando inclusive um plano de carreira. Mas ainda temos muito a avançar", disse.

Lula falou a seguir. Mal iniciou seu discurso e já viu um grupo de seguranças da Presidência arrancar deles as faixas de protesto. O empurra-empurra não distraiu o presidente.

"Quando é que os companheiros do Incra imaginavam entrar e fazer protesto dentro do Palácio do Planalto? E entra porque, enquanto eu for presidente, o Incra pode gritar aqui ou pode gritar lá fora, [mas] na hora de fazer acordo tem que sentar na mesa de negociação e fazer o acordo que é possível", disse ao pedir compreensão dos grevistas aos limites da União.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo.
(Incluída em 28/06/2007 às 09:35)

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