Retorna ao índice de Giro Sindical Ferroviários ameaçam com greve
RIO DE JANEIRO
Rio de Janeiro – O presidente Sindicato dos Ferroviários do Rio de Janeiro, Valmir de Lemos, ameaçou ontem convocar uma greve caso o laudo produzido pela SuperVia sobre o acidente que matou oito pessoas e feriu 101 em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, na semana passada, aponte como causa falha humana. Para o presidente do sindicato, “fica muito fácil colocar a culpa nos controladores (da malha ferroviária).” Ele reclama das condições de trabalho dos funcionários da SuperVia e da suposta má condição da infra-estrutura da rede ferroviária. “
Tenho 99% de certeza que não foi falha humana. Todo o material rodante (trens, trilhos etc) está em péssimas condições, o investimento da Supervia é muito pequeno. Além da sobrecarga de trabalho a que os trabalhadores são submetidos”, afirmou Lemos. Está marcada para hoje uma assembléia do sindicato para definir a atuação do grupo até a divulgação do laudo, marcada para o dia 10. O Ministério Público do Trabalho investiga desde 2001 as condições de trabalho dos funcionários da concessionária. Após a conclusão do inquérito, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta em que a empresa se comprometia a regularizar os problemas identificados pelo procurador Patrick Merísio.
Segundo a assessoria de imprensa do MPT, “a Supervia já regularizou algumas situações, mas ainda existem outras pendências, mesmo tendo apresentado avanços nos últimos anos”. O MPT não detalhou quais problemas foram identificados, nem quais ainda não foram resolvidos. Lemos critica ainda a o grupo que faz a auditoria no Centro de Controle de Operações, composto apenas por técnicos da própria empresa.
A polícia e a Agentrans (agência reguladora de transportes públicos do Rio) também investigam as causas do acidente. A SuperVia informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “a comissão responsável por fazer o laudo é composta por técnicos experientes no setor”. A empresa declarou ainda que “a ameaça do sindicato é uma afirmação padrão com a intenção de desestabilizar a empresa e desinformar a população”. O delegado da 58ª Delegacia de Polícia, Fábio Pacífico, fez uma vistoria no CCO da empresa. Ele saiu da sede da SuperVia, no Santo Cristo, sem dar entrevistas.
Fonte: Estado de Minas (Incluída em 04/09/2007 às 15:00)
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