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Grevistas querem 100% de aumento

CONSTRUÇÃO CIVIL

Cesta básica com arroz e feijão tipo 1, café da manhã, almoço e lanche nos canteiros de obras, uniforme e reajuste de 100% no salário. Foram essas reivindicações que levaram cerca de 7 mil trabalhadores da construção civil a paralisar as atividades ontem, em Belo Horizonte. A greve reuniu empregados dos bairros Belvedere, Nova Lima, Buritis, Castelo, algumas regiões do Cruzeiro, Lourdes e na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Sticbh) estima que 15 mil pessoas também vão cruzar os braços hoje, principalmente na Região Central de BH. O sindicato das construtoras informou que o número de manifestantes foi menor do que o divulgado pelos grevistas. O aquecimento do mercado imobiliário fez aumentar a carga de trabalho nos canteiros de obras, mas não houve alta salarial, segundo os sindicalistas. “Estamos sofrendo pressão por entrega das construções. Mas a demora ocorre pela falta de mão-de-obra nos canteiros. Ninguém quer trabalhar mais no setor, em função dos baixos salários e condições de trabalho escassas. O operário da construção civil de Belo Horizonte é o único que ainda carrega marmita”, afirma Osmir Venuto da Silva, presidente do Sticbh. “Queremos produto de primeira qualidade na cesta básica, pois pagamos 10% do valor do custo. E os produtos usados são só de marcas desconhecidas”, comenta.
O setor emprega de 45 mil a 50 mil pessoas na Grande BH, segundo cálculos do sindicato dos trabalhadores. O piso salarial é de R$ 420 para serventes e de R$ 653 para pedreiros, carpinteiros, pintores e eletricistas. O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) ofereceu reajuste de 10% para os pisos salariais e de 6% sobre os demais rendimentos. As propostas foram repudiadas em assembléia dos trabalhadores em 28 de outubro. “Precisamos de reajuste mínimo de 100%. Todas as construtoras de outros estados estão vindo para cá, pois a mão-de-obra é muito barata. Mas como o salário está muito baixo, faltam trabalhadores. Eles ganham mais vendendo bala no sinal de trânsito”, diz Silva.
Segundo o Sinduscon, a proposta final feita pelas empresas é a maior do país oferecida neste ano. O sindicato alega que o índice está acima do crescimento do PIB e da inflação oficial, que foi de 4,78% entre novembro de 2006 e outubro de 2007. A proposta patronal ainda determina o fornecimento da cesta-básica ao trabalhador que não tiver número superior a quatro faltas injustificadas por mês. A restrição não foi aceita pela categoria.

Fonte: Estado de Minas
(Incluída em 20/11/2007 às 11:00)

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