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Passeata tumultua trânsito no Centro

Vigiados por dezenas de policiais armados, trabalhadores da construção civil fazem manifestação e prometem parar obras

Operários da construção civil, em greve há quatro dias, fizeram ontem uma manifestação no Centro de Belo Horizonte e prometem paralisar hoje todos os canteiros de obras da capital. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Sticbh), 10 mil dos 30 mil operários cadastrados já cruzaram os braços. O presidente da entidade, Osmir Venuto, informou que a categoria reivindica reajuste de 100%, alimentação nas obras, uniforme, equipamento de segurança, benefícios sociais e cesta básica.

“Além da viagem de quase duas horas até o trabalho, o pedreiro e o servente acordam às 4h para preparar a sua comida, voltando para casa somente às 22h”, disse Venuto, que considera a profissão de alto risco, pois somente este ano já morreram 42 operários acidentados em Minas.

Pouco antes do meio-dia, cerca de 350 manifestantes, segundo a Polícia Militar, caminharam da sede do sindicato, no Bairro Barro Preto, até à Praça Sete, passando pela Praça Raul Soares e Avenida Amazonas. A passeata foi vigiada por dezenas de policiais dos batalhões Rotam, de Choque e de três unidades da área, com 13 carros e um microônibus. Segundo o comandante do Batalhão Rotam, tenente-coronel Josué Soares, a manifestação foi pacífica. Os PMs estavam armados com cassetetes e espingardas calibre 12 e munições de borracha.

O trânsito ficou congestionado nas imediações da Praça Raul Soares, mas na Avenida Amazonas uma pista foi liberada para veículos. O protesto foi encerrado na Praça Sete. Hoje, a concentração dos trabalhadores começa às 5h, na sede do sindicato. Os dirigentes prometem um arrastão nos canteiros de obras nos bairros, principalmente no Buritis, Belvedere, Castelo e Nova Lima, para buscar a adesão dos trabalhadores ao protesto.

O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) mantém a proposta de reajuste de 10% para os pisos salariais e de 6% sobre os demais rendimentos, mas os trabalhadores recusam. “Nosso único pedido é para que os trabalhadores com mais de quatro faltas não justificadas percam a cesta básica. Antes, a convenção sindical estabelecia que apenas uma falta era justificativa para suspender a cesta. Hoje, não há limite e as faltas aumentaram”, informou o presidente do Sinduscon-MG, Walter Bernardes de Castro. Sobre a proposta de reajuste, disse que os empresários estão oferecendo mais do que o dobro da inflação.
Osmir Venuto reagiu dizendo que somente o feijão e a batata aumentaram 300% e por isso a proposta foi rejeitada em assembléia da categoria. “Vamos parar toda a construção civil da capital. Esperamos que os patrões façam uma nova proposta. O trabalhador que recebe R$ 420 tem o desconto de INSS, de 6% do vale-transporte e ainda de 1% pelo café da manhã. No final das contas, recebe apenas R$ 370”, disse.

No ano passado, a categoria teve reajuste de 6% e cesta básica não condicionada
a faltas. “Se o trabalhador está doente, ele tem de faltar. E, quando adoece, precisa de uma boa alimentação. Agora, querem voltar com aquele empecilho, para justificar que o trabalhador está faltando muito ao trabalho”, reagiu o sindicalista.

Fonte: Estado de Minas

(Incluída em 22/11/2007 às 10:51)

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