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Médicos fazem protesto na rua

SAÚDE

Médicos de todo o pais cruzaram os braços ontem, no Dia Nacional do Protesto. O objetivo foi chamar a atenção do governo para problemas da saúde pública, devido a más condições de trabalho, sobrecarga e baixa remuneração. Em Belo Horizonte, representantes do Conselho Regional de Medicina e do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed), além de profissionais do Ipsemg e da Fhemig participaram de mobilização na entrada do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS).
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, manifestou-se preocupado com a interrupção do serviço médico e classificou de estranho o protesto, porque algumas reivindicações já haviam sido atendidas. “A liberação de R$ 2 bilhões para reajuste dos procedimentos do SUS, o aumento do teto financeiro de estados e municípios e a aprovação do PAC–Saúde são iniciativas e propostas condizentes com as reivindicações dos médicos. Toda e qualquer paralisação penaliza a população”, disse.
Faixas com dizeres, como “Médicos de luto na luta pela saúde” e “Fhemig, a pior saúde do Brasil”, foram afixadas na portaria do HPS. “Iniciamos um processo de discussão sobre a saúde, que sempre está na mídia, mas recebe soluções em forma de conta-gotas. Recebemos um pequeno financiamento para gastos da saúde, que deve ser revisto, pois países em desenvolvimento, como Bolívia, Argentina e Paraguai, investem mais na área do que o Brasil”, afirmou o presidente do Sinmed, Cristiano Matta Machado.
O presidente do CRM, Hermann Tiesenhausen, alegou que não é apenas o SUS que apresenta problemas, mas também os profissionais que atendem planos de saúde. “Há sobrecarga de trabalho em vários setores. Os problemas aparecem mais no SUS, porque é um sistema que responde pelo atendimento de 160 milhões de brasileiros, ao passo que a saúde suplementar abriga apenas 40 milhões. Os médicos sofrem com a falta de material, segurança e trabalho excessivo”, salientou.
Para a conselheira do Sinmed Eliane Souza, a saúde está sucateada e precisa de mais atenção. Ela reclama também da gestão da Fhemig: “Além de Minas não ter o investimento adequado na saúde, a Fhemig ainda não cumpriu acordo da incorporação de horas extras. Com isso, quando recebemos nosso 13º salário, no caso de aposentadoria ou licença-médica nosso rendimento cai muito”, disse Eliane Souza.
Pediatra do HPS, Antônio de Pádua Mesquita usou nariz de palhaço e apito para protestar. Ele também reclamou do salário: “O governo investe mais em segurança do que em saúde. O salário de um soldado é de R$ 1,9 mil; tenho 30 anos de Fhemig e ganho R$ 1,2 mil”, salientou. De acordo com a Fhemig, já foi autorizada a extensão da jornada de trabalho dos médicos de 12 para 24 horas semanais.

Fonte: Estado de Minas
(Incluída em 22/11/2007 às 10:30)

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