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População sofre com greve

RODOVIÁRIOS

Protesto de rodoviários por melhorias salariais interrompe estações do BHBus, no Barreiro, e prejudica passageiros

A população da capital, mais uma vez, sofreu os prejuízos da disputa salarial entre patrões e empregados do transporte coletivo. Para pressionar os donos das empresas a conceder o reajuste de 37%, ontem, motoristas e cobradores que atuam nas 36 linhas das estações BHBus Barreiro e Diamante, na região do Barreiro, cruzaram os braços e se recusaram a circular. Juntos, os dois terminais atendem diariamente 155 mil pessoas. O protesto teve início pela manhã, quando os coletivos circularam em escala mínima, mas, por volta das 18h, todos os ônibus permaneciam estacionados nas estações. Para hoje, os rodoviários prometem novos protestos na capital.
Por causa da greve, a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) teve que bloquear as catracas eletrônicas dos dois terminais, que atendem diariamente 155 mil pessoas - 90 mil no Barreiro e 65 mil na estação Diamante. A Polícia Militar ficou de prontidão nas estações para evitar tumultos. A assessoria de imprensa da BHTrans informou que o efeito maior da mobilização dos rodoviários foi sentido à tarde, nas duas estações, quando os ônibus pararam totalmente. A empresa informou que, ao todo, 92 mil pessoas ficaram sem ônibus na região do Barreiro.
A decisão de interromper as atividades no Barreiro havia sido tomada pelos rodoviários no domingo à noite e não foi informada com antecedência aos usuários. Com isso, quem enfrentou o tumulto provocado pela paralisação reclamou muito. "É um absurdo, uma falta de respeito com a população. No final, quem sai prejudicado com essas manifestações é o povo", desabafou a professora Desirré dos Santos Morais, que voltou para casa ontem sem conseguir o transporte que precisava.
De acordo com a Polícia Militar, cinco veículos foram apedrejados e um motorista ficou ferido durante o protesto. Os rodoviários e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte (STTRBH) informaram ontem, no final da tarde, que a decisão sobre as linhas de ônibus que serão afetadas pela paralisação de hoje só seria tomada nesta madrugada.
Para os patrões, a paralisação dos rodoviários no Barreiro, ontem, foi uma surpresa. "Eles (rodoviários) ficaram de nos dar uma resposta após a assembléia realizada domingo à noite. A greve pegou todos nós de surpresa, já que estávamos em negociação", disse Edson Rios, assessor de imprensa do Sindicato das Empresas de Transporte e Passageiros de Belo Horizonte (Setra). Além do reajuste nos salários, categoria exige o fim da compensação de horas e a manutenção do passe livre dos empregados afastados. Os rodoviários recusaram a proposta do Setra de aumento de 5,36%. Atualmente, um motorista recebe R$ 1.053 e o cobrador R$ 526, por 6h40 diárias de trabalho.

Usuários têm que “pagar o pato”, diz sindicalista
Mesmo sabendo do prejuízo que a paralisação dos ônibus causa à população, o coordenador administrativo do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte (STTRBH), Júlio Barbosa Neto, disse ontem que os trabalhadores não têm outra maneira de pressionar os donos das empresas a atender as exigências da categoria em relação aos salários e as melhores condições de trabalho.
“Infelizmente alguém tem que sair prejudicado com nossas reivindicações. Alguém tem que ’pagar o pato’ e esse alguém são os usuários do transporte público. Nossa intenção não é tornar a cidade um caos. Só queremos mostrar nossa revolta”, disse o coordenador do STTRBH.
Neto negou que a categoria esteja descumprindo uma determinação prevista em lei de manutenção de escala mínima de trabalho. O sindicalista afirmou que a paralisação está sendo realizada legalmente, pois as linhas estão oferecendo números mínimos de coletivos para a população. Ele disse também que para a próxima quinta-feira está agendada uma nova assembléia geral da categoria, quando será anunciada uma nova proposta recebida pelo sindicato dos empregadores. Ele não deu detalhes da proposta.
Neto não informou sobre a nova paralisação da categoria, que deve ocorrer hoje. Até o fechamento desta edição, representantes da BHTrans e Polícia Militar estavam reunidos para definir um esquema especial de circulação de ônibus hoje.

Fonte: O Tempo


(Incluída em 26/02/2008 às 08:50)

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