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Corte de salário não foi feito

Funcionalismo


Brasília - Mais uma vez a retórica prevaleceu sobre a prática. Apesar de ter anunciado que cortaria o ponto dos auditores-fiscais da Receita Federal, o governo não conseguiu incluir na folha de pagamentos de abril os descontos dos dias parados. Os grevistas receberam ontem normalmente os salários. O episódio desgastou o Ministério do Planejamento e a Receita, que prometeram aplicar a punição só a partir de junho.
A justificativa oficial foi de que faltaram condições técnicas. Como no mês passado a Justiça negou, mas depois recuou e permitiu o corte nos contracheques, nem todas as informações foram atualizadas em tempo no banco de dados central da União. A paralisação dos auditores começou no dia 18 de março, prejudica setores importantes da economia no Norte e no Sudeste do país, além de comprometer o comércio exterior brasileiro como um todo. Se tivesse ocorrido o corte de ponto atingiria cerca de 3,8 mil funcionários.
Mesmo abalado, o governo não se deu por vencido. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que a contabilidade das faltas está em curso. "Não vamos deixar de fazer o desconto. Todos podem continuar fiscalizando. Vamos cortar", afirmou. Segundo ele, o desconto não será usado como moeda de troca e, mesmo que a categoria volte ao trabalho, parte dos salários pagos no próximo mês será retida na fonte. "Fizemos uma negociação exaustiva com os auditores. Não vejo mais o que negociar. Não temos a menor possibilidade de melhorar a proposta", disse.

Fonte: Estado de Minas
(Incluída em 06/05/2008 às 08:52)

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