Retorna ao índice de Giro Sindical Assembléia Unificada delibera pelo estado de greve e realiza caminhada até o TJ e MP
Sindjus-RS
Em assembléia na sexta-feira, dia 1º de agosto, mais de 500 trabalhadores do judiciário e Ministério Público deliberaram pelo estado de greve. A categoria irá aguardar pelo prazo de 30 dias para que seja enviado projeto de reajuste salarial que reponha pelo menos as perdas da inflação dos últimos quatro anos, hoje em cerca de 30%. Se isso não acontecer, a disposição é de cruzar os braços. Uma nova assembléia geral para definir o movimento deverá ocorrer após a realização do III Conseju (Congresso Estadual dos Servidores do Judiciário), que acontecerá em Porto Alegre de 5 a 7 de setembro.
A definição pelo estado de greve foi uma resposta dos trabalhadores aos quatro anos sem reposição e às perdas que passam dos 63%. É também uma demonstração de unidade e disposição de não passar mais um ano sem reajuste salarial.
Além deste encaminhamento, a assembléia também decidiu, que ao longo deste período, serão organizadas diversas manifestações, com objetivo de chamar a atenção da sociedade para a situação do judiciário. A proposta é esclarecer que os subsídios, que reajustam os salários em até 70%, beneficiam somente os juízes e promotores. Entre elas, está a realização de acampamento em frente ao Tribunal de Justiça em Porto Alegre e operação padrão em todas as comarcas e locais de trabalho.
Também ficou agendada para o dia 29 de agosto, uma reunião com Representantes das Comarcas para avaliar o movimento e definir novos encaminhamentos.
Caminhada
No final da assembléia geral, foi realizada uma caminhada de protesto contra o arrocho salarial. Os trabalhadores saíram da Escola Técnica Parobé (onde foi realizada a assembléia) e se dirigiram até o TJ e MP, onde entregaram, em ambos os órgãos, um documento, solicitando o envio de projeto de reposição das perdas para a Assembléia Legislativa.
Tentativa de desmobilização
Apesar da tentativa de desmobilização promovida pelo autoritarismo do Tribunal de Justiça, que emitiu ordem de serviço liberando apenas um trabalhador por setor, a categoria respondeu ao chamado do Sindicato e compareceu na assembléia geral unificada. Foram mais de 100 locais de trabalho presentes. Para os servidores, o TJ agiu com desrespeito, rasgando a Constituição Estadual, que garante o livre direito de manifestação sindical.
Esta não é a primeira vez que o TJ tenta tolher o direito de organização dos trabalhadores. Em maio proibiu o uso da camiseta da campanha, impediu os servidores de se manifestarem livremente na imprensa e ameaçou com corte do ponto e demissões quem paralisasse as atividades. Em todas as situações os trabalhadores reagiram com indignação e aumentaram a mobilização em defesa de um salário digno, melhores condições de trabalho e contra as repressões.
Tanto a assembléia geral unificada como a caminhada teve ampla cobertura da imprensa.
(Incluída em 07/08/2008 às 10:37)
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