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Cabral concede reajuste de 8% para professores, bombeiros, policiais e agentes penitenciários

Rio de Janeiro

O governo do estado anunciou ontem reajuste de 8% para 253 mil servidores das polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, agentes penitenciários, professores da rede estadual de Educação e rede Faetec. O aumento beneficia 60% do funcionalismo — 420 mil pessoas. Várias categorias ficaram de fora, como profissionais da Saúde.
O reajuste começa a valer em 1º de setembro e está pouco acima da inflação oficial, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que acumula 6,37% em 12 meses.
Segundo o governo, as tabelas com cargos e novos valores ainda não foram elaboradas devido à grande variedade de níveis — o aumento será concedido a 161.960 ativos e 91.264 inativos e pensionistas. O impacto na folha de pagamento do estado será de R$ 160 milhões este ano.
O anúncio acontece uma semana depois de o secretário estadual de Fazenda, Joaquim Levy, afirmar que não havia previsão de aumento salarial para os servidores, mesmo após apresentar o balanço fiscal do primeiro semestre, quando os cofres do governo registraram superávit de R$ 1,44 bilhão.
O reajuste foi anunciado um dia antes da paralisação de 24 horas, que acontece hoje, de servidores estaduais das áreas de Saúde, Educação e Segurança Pública. Eles vão fazer passeata do Largo do Machado até o Palácio da Guanabara. O manifesto é promovido pelo Movimento Unificado do Servidor Público Estadual, que exige aumento de 66% para recompor perdas salariais dos últimos anos.
Os sindicatos participantes do movimento reclamaram que o reajuste não repõe as perdas e vêem o aumento como uma tentativa do governo de esmorecer a marcha dos servidores.
Todos confirmaram que o reajuste salarial de 8% não vai calar as categorias, que continuarão a reivindicar incorporação das gratificações, plano de carreira para o funcionalismo, data-base unificada (1º de maio) e mais concursos públicos.

Aumento é considerado migalha

O reajuste foi visto como uma “migalha” pelo presidente licenciado do Sindicato dos Policiais Civis, Fernando Bandeira. Para ele, o anúncio do reajuste de 8% é muito pouco e nem de longe cobre a perda da Geat (Gratificação Especial de Atividades), em 2001. “Os ativos ganham pouco e têm que fazer bico para sobreviver. Os aposentados estão pendurados em empréstimos, principalmente para comprar cesta básica”, argumenta.
Outros funcionários da área de Segurança Pública também reclamam que o reajuste é uma espécie de “cala-boca” à categoria, que foi contra o aumento de 223% para 15 coronéis da Polícia Militar. Em junho, esses oficiais receberam reajuste na gratificação de cargos especiais, que passou de R$ 2.320 para R$ 7.500.
O estado justificou que o aumento era uma equiparação ao valor do benefício recebido por servidores em mesmo nível hierárquico. A medida causou polêmica, já que trabalhadores de outras categorias receberam reajuste de 4% no ano passado.

Anúncio antes da greve causa estranheza

Aumento insignificante perante as despesas do dia-a-dia. Essa é a opinião do professor Alex Trentino, 37 anos, há 10 no funcionalismo estadual. O reajuste de 8% no salário do servidor representa mais R$ 50 no fim do mês. “Nos últimos anos, acumulamos perdas de 56%. O aumento não condiz com a nossa realidade”, afirma Trentino.
O professor Gustavo Gonçalves, 26, discorda do reajuste e diz que o novo salário não vai permitir investimentos em cursos de especialização. “Não bastasse o professor pagar para trabalhar, não temos condições de estudar mais e garantir melhores aulas”, lamenta.
O coordenador do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Danilo Serafim, achou estranho o aumento ser concedido na véspera da paralisação de 24 horas dos servidores das áreas de Segurança Pública, Educação e Saúde. “Parece que o governo quer esvaziar o movimento, mas 8% não resolvem o problema. Queremos 66%, e, pelo menos, 25% de imediato. Menos do que isso, não dá”, afirma.
Serafim lamentou a ausência do aumento para os funcionários da Saúde, que, no ano passado, receberam o reajuste de 4%.

Fonte: Sind-Justiça-RJ
(Incluída em 14/08/2008 às 11:11)

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