Retorna ao índice de Giro Sindical Categoria reafirma: Greve até à Vitória!
Sind-Justiça-RJ
Reunidos em assembléia geral nas escadarias da Alerj, serventuários aprovam, por unanimidade, a continuação da greve por tempo indeterminado e participação na passeata unificada do funcionalismo na quinta-feira
Nesta segunda-feira, dia 29, a greve dos serventuários começou mostrando que o seu fôlego está longe de acabar. Os servidores das Comarcas de Laje do Muriaé e de Barra do Piraí “estrearam” no movimento e aguarda-se que nesta terça-feira os companheiros e companheiras de Saquarema e da Regional Jacarepaguá também façam o mesmo. Nos demais locais, a moçada não fez feio e a greve se manteve firme e forte.
O dia também foi de cercar o governador Sérgio Cabral Filho. Afinal, o responsável pela não votação do reajuste da categoria tal qual foi enviado à Alerj precisa ouvir o som que vem das ruas... Sem dar trégua ao ‘inimigo nº 1 do funcionalismo”, a categoria protestou diretamente no Sul Fluminense e no Rio de Janeiro, entoando que “a greve continua, Cabral a culpa é sua”.
A greve continua
Ao final da tarde, reunidos nas escadarias da Alerj, os serventuários participaram da assembléia geral da categoria. Após os informes das Comarcas presentes, foi à votação a proposta única de manter a greve por tempo indeterminado, até que o PL 1.666/08 seja aprovado na íntegra — reajuste de 7,3% retroativos a maio (data-base). Por unanimidade, a proposta foi aprovada. É greve até a vitória!
Nova assembléia será realizada no próximo dia 2, às 16h, novamente nas escadarias da Alerj. Outra importante deliberação foi a de participar da passeata unificada do funcionalismo estadual no mesmo dia. Ela sairá do Largo do Machado, seguindo até o Palácio Guanabara.
MAIS ATIVIDADES DA GREVE NESTA SEMANA!
Passeata unificada do funcionalismo estadual
Dia 2 (quinta-feira), do Largo do Machado ao Palácio Guanabara
Assembléia geral da categoria
Dia 2, às 16h, nas escadarias da Alerj
SERVENTUÁRIOS NÃO DÃO DESCANSO A CABRAL
O dia do governador não foi um dos melhores. O seu pesadelo partiu, justamente, daqueles que ele não respeita. Desde cedo Cabral teve que agüentar a pressão da categoria, que levou ao chefe do Executivo toda a sua bronca. Em Resende, logo pela manhã, mais de 80 servidores receberam, cara-a-cara, o governador. Lá, repetindo o que disse semana passada em Nova Iguaçu, ele afirmou que “os serventuários ganham bem”. E, sem vacilar, a moçada mandou ver: mentira!.
De tarde, na Academia Brasileira de Letras (Centro do Rio), Cabral foi cercado por quase 200 manifestantes, numa cerimônia que contou com a presença do presidente Lula e cobertura de inúmeros veículos da dita “grande imprensa”. Diante do volume ensurdecedor som que vinha do carro de som, a secretária da Presidência da República intermediou um encontro, no próprio local, entre sindicalistas e o secretário da Casa Civil do governo estadual.
Ele disse “o reajuste não será votado nesta semana por causa das eleições” e se comprometeu a agendar, para a semana que vem, uma reunião do Executivo com o Sindicato. Quanto ao pagamento do retroativo a maio, ele disse que há “dificuldades” em aprová-lo, mas que a questão está sendo “negociada”. É bom registrar que a Polícia Militar tentou, em diversos momentos, intimidar os grevistas. Tentou, mas não conseguiu!
COM A PALAVRA, OS DELEGADOS SINDICAIS
Alguns delegados sindicais deram às suas opiniões sobre a importância da paralisação da categoria. Confira!
“Além de conquistarmos o reajuste de 7,3% e o cumprimento da data-base, é importante também termos uma perspectiva de futuro para a categoria, pois se não conseguirmos aprovar o projeto de lei que está na Alerj, a situação do serventuário será cada vez pior”. Vilson Siqueira, Fórum Central
“É importante que todos os serventuários do Rio de Janeiro se conscientizem de que, juntos, somos mais fortes para fazer com quê o Governo conceda o nosso reajuste, juntamente com o pagamento retroativo a maio”. Indalício de Sousa, Belford Roxo
“Estamos mostrando à população, aos advogados, às partes, a nossa indignação quanto ao descaso dos Poderes em não nos dar o que é de direito: nosso reajuste anual, como prevê a Constituição Federal”. Maurício Tolentino, Regional Pavuna
“Um dos objetivos do neoliberalismo é acabar com direitos históricos conquistados pelos trabalhadores durante as últimas décadas. Se hoje nós abrirmos mão da greve, este instrumento que possuímos para enfrentar o Poder, aí sim iremos à bancarrota”. Jorge Olmir, Fórum Central
“Queremos que reconheçam um direito nosso que é a reposição salarial e o cumprimento da lei que nos garante a data-base. Estamos também deixando claro que no ano passado tentamos, de todas as formas, aproveitar o projeto do Tribunal, mas apenas em novembro a matéria foi votada na Alerj, através de um substitutivo do Governo, onde passaram o ‘rodo’ na categoria. Agora, não vamos permitir que isso volte a acontecer”. José Carlos Arruda, Teresópolis
DIÁRIO DA GREVE
» Deplorável a postura do juiz do I JEC de São Gonçalo, que utilizou tudo e mais um pouco de assédio moral para reprimir a greve no local. Tão logo foi informada do acontecido, a diretoria do Sind-Justiça foi ao local, através do seu diretor Alcedir Azevedo, que levou consigo uma advogada. O sindicalista garantiu a todos que o Departamento Jurídico do Sindicato estará à disposição daqueles que forem assediados moralmente, além de que serão utilizados meios políticos para que o legítimo direito de greve seja respeitado.
» O pessoal do Fórum Central participou, no início da tarde de ontem (29), de um saboroso “sopão da greve”, com direito a pãozinho e tudo mais. Muitos que provaram não ficaram acanhados em entrar na fila de novo para degustar a sopa de ervilha. “De barriga cheia fica mais fácil lutar”, brincou Robertinho, diretor do Departamento de Esporte, Cultura e Lazer do Sindicato.
MAIS APOIOS
A Associação dos Defensores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (ADPERJ) vem manifestar solidariedade aos serventuários na luta pela recuperação das perdas salariais. (...) A defesa das prerrogativas funcionais, dentre elas, condições adequadas de trabalho e o tratamento salarial digno, é luta árdua que exige sempre persistência e esperança, de forma que eventuais e momentâneos obstáculos não consigam fazer esmorecer aqueles que lutam”. Sara Raquel Carlos Quimas, presidente da ADPERJ
“Quem luta por uma Justiça que funcione de maneira adequada, não pode deixar de lutar pelo direito dos servidores de terem o seu reajuste salarial e o respeito à sua data-base. Não se pode conceber um Poder Judiciário que não trate os seus funcionários com dignidade. Trago aqui o meu apoio e o compromisso de levar esta questão para os fóruns da Ordem dos Advogados do Brasil, no sentido de que ela apóie também esta greve”. Aderson Bussinger, advogado e Conselheiro da OAB/RJ
Fonte: Site Sind-Justiça-RJ (Incluída em 30/09/2008 às 13:36)
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