Retorna ao índice de Giro Sindical Greve nos bancos deve ser suspensa a pedido do TRT
Paralisação
Os bancários devem suspender a greve da categoria em um prazo de 48 horas e retomar as negociações salariais com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) a partir de amanhã.
A suspensão da paralisação da categoria, que hoje completa oito dias, deve ser avaliada em assembléias previstas para ocorrer hoje e amanhã em várias regiões do país. Enquanto isso, a categoria permanecerá em "estado de greve".
O acordo para retornar ao trabalho e voltar à mesa de negociação foi feito ontem pelo desembargador Nelson Nazar, vice-presidente judicial do Tribunal Regional do Trabalho (2ª região), durante audiência de conciliação entre sindicalistas e representantes dos bancos.
"As partes negociarão um acordo em cinco dias úteis após o período de consulta [às bases das entidades sindicais]", informa o desembargador em sua proposta de conciliação.
A federação dos bancos informou, em nota oficial, que considera que "a suspensão imediata da greve dos bancários é um importante passo para a retomada das negociações entre as partes".
"Sempre apostamos no diálogo para resolver os problemas dos trabalhadores na mesa de negociação e continuamos com essa disposição. Foram os banqueiros que levaram os bancários à greve, ao não apresentarem proposta digna à categoria", afirmou Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.
"Se não houver proposta, ao final do prazo de cinco dias, os trabalhadores voltam à greve por tempo indeterminado", afirmou o sindicalista.
Durante a audiência de conciliação, a Justiça do Trabalho propôs ainda a suspensão da liminar que determinava que 70% dos serviços das agências bancárias fossem mantidos. A liminar previa ainda multa diária de R$ 200 mil se o sindicato paralisasse mais de 30% dos serviços das agências.
Em São Paulo, a greve teve adesão ontem de 23,6 mil bancários -ou 20% da base do sindicato. Foram paralisados os trabalhos em 410 agências e em cinco centros administrativos de quatro instituições financeiras. A Contraf-CUT não divulgou ontem o número de agências afetadas pela paralisação nacional.
São 434 mil bancários no país, dos quais 120 mil em São Paulo, que pedem aumento real de 5% (mais inflação de 7,15%), valorização dos pisos salariais, auxílio-creche de R$ 415 e vale-refeição de R$ 17,50 por dia. Eles pedem ainda participação nos lucros no valor de três salários, mais R$ 3.500 fixos.
Os bancos ofereceram reajuste salarial de 7,5% e PLR no valor de 80% do salário, mais R$ 943,85 fixos, além de uma parcela variável sobre o crescimento do lucro do ano passado para 2008.
Fonte: Folha de São Paulo (Incluída em 15/10/2008 às 07:48)
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