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Serventuários acampam na AlERJ até a votação do reajuste

Paralisação

Diante do descaso de Cabral Filho e de seus pares na Alerj em transformarem a luta da categoria numa queda de braço política, após 24 dias de greve, os serventuários do Judiciário decidiram montar acampamento 24 horas por dia, em frente ao Legislativo, na Avenida Primeiro de Março, desde a noite de ontem do 15, até a data da colocação em pauta do Projeto de Lei n 1.666/08, que trata do reajuste salarial de 7,3% com retroatividade ao mês de maio passado, data-base aprovada pela própria Alerj, cujos parlamentares insistem em desrespeitá-la com a cobertura do vagamundo governante
Na reunião de ontem à tarde (15), entre o presidente do Sind-Justiça, Amarildo Silva, o da OAB-RJ, Wadih Damous, e o secretário da Casa Civil do governo, Regis Fitchner, ficou demonstrado que o posicionamento da administração Cabral Filho é de tentar vencer a nossa luta pelo descaso.
Acobertando-se na desculpa de ter sido eleito “pelo povo”, segundo as palavras do secretário, o mentiroso governador tenta socializar sua irresponsabilidade ao alegar que “pretende” fazer justiça com as categorias funcionais que não têm recebido reajustes salariais a muitos anos. Justificativa infeliz, e descabida, quando concedeu reajuste apenas para policiais militares e civis, bombeiros e ao pessoal da Educação, e deixou os demais sem perspectivas de qualquer revisão salarial.
O secretário tentou ainda jogar sobre a Alerj a solução do nosso reajuste, ao afirmar que cabe ao Legislativo decidir a questão. Num raciocínio do “idiota da comédia,”Fitchner quer fazer crer que Picciani, Paulo Melo e os demais acólitos de Cabral Filho no Legislativo não seguem a sua cartilha em suas decisões.
O que ficou latente na reunião, mesmo com a exigência do presidente da OAB-RJ de que o governo negocie diretamente com a representação da categoria a solução do impasse, que está trazendo prejuízos para seus representados (os advogados) e à própria população, é que o governo Cabral Filho escolheu os serventuários do Judiciário como bode expiatório do seu descompromisso com o funcionalismo estadual. Para isso, desrespeita o preceito democrático da independência dos Poderes. E o estranho de tudo isso é que os mandatários da Casa da Justiça estadual aceitem docilmente essa interferência r não façam valer seu poder como autoridade constituída.
A nós, serventuários, caberá continuar mantendo a nossa paralisação, justa e democrática, assegurada pela Constituição, defendendo a autonomia do Poder, no qual somos elos importantes, embora quem deveria fazê-lo persista em sua posição acomodada. Se Cabral Filho e seus seguidores querem o confronto, vamos responder seguindo com a nossa parede. Da qual só sairemos quando virmos nossos pleitos serem respeitados. Não vamos nos vergar a este déspota e aos seus comparsas. À luta até a vitória final!

OFICIAIS DE JUSTIÇA ADEREM À GREVE

Em reunião ontem à noite, dia 15, no auditório do Sindicato, cerca de 60 oficiais de Justiça decidiram por unanimidade a adesão a partir de hoje à greve da categoria. Ficou aprovado que não irão assinar o livro de ponto, e que somente serão atendidas liminares de urgência pelos plantonistas.
Também ficou decidido a elaboração de Carta Manifesto e a criação de Comissão de Greve com vistas a arregimentar mais companheiros para adesão ao justo movimento da categoria.

DIÁRIO DA GREVE

Em dose dupla

Os bravos lutadores da Comarca de Campos fazem hoje, quinta-feira, passeata e protesto na Praça São Salvador. A concentração é às 14h, no pátio interno do Fórum. Todos lá!

Olha a boca

Na passeata do dia 14, o tenente-coronel da PM, Antônio, chega para Fassano, diretor de Imprensa do Sindicato, e diz: “Já fecharam a Rio Branco e agora querem fechar a Antônio Carlos? Vocês querem me f...?”. Bom, a passeata ocupou as duas avenidas. Tá respondido!

Na capa

Mais passeata. O Fluminense, conhecido jornal niteroiense, pôs em sua capa de ontem (15) a greve da categoria. Com o título “grevistas da Justiça param o Rio”, ele estampou uma faixa que não deixa dúvidas: “Niterói na luta!”.

Plim, plim

Outra da mídia. A Rede Globo entrevistou nesta quarta-feira, bem em frente ao Fórum Central, a vice-presidente do Sind-Justiça, Marta Barçante. Em pauta, obviamente, a greve. Atrás estava a moçada do piquete, que mandou o seu recado.

Sem clima

A Feira de Artesanato promovida pelo TJRJ foi adiada. Motivo? Ora, é claro que é a greve, a mesma que apaixona corações e mentes, mas que não perdoa agendas que não garantam a dignidade da categoria.


Sem clima, a revanche

E por falar nisso, será que o Tribunal vai manter a sua programação de comemoração (?!) do Dia do Servidor, com direito a shows dos Os Cariocas e Jorge Aragão? Ai, ai, ai...

É de goleada

A enquete disponível no site do Sindicato, aquela que pergunta se você é a favor da greve por tempo indeterminado, já têm mais de 3.100 votos registrados. Exatos 81,5% dos que responderam disseram sim. Êta disposição!


Fonte: Site Sind-Justiça-RJ
(Incluída em 16/10/2008 às 11:34)

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