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Homem morre após receber alta do Ipsemg e família denuncia negligência


O porteiro Aguimaé Vieira da Silva de 44 anos morreu na manhã desta terça-feira (30), em casa, no bairro Tupi, região Norte de Belo Horizonte, depois de receber alta do Hospital Israel Pinheiro, do Instituto da Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), na noite passada. A denúncia foi feita pela família com exclusividade ao portal O Tempo Online.

Os familiares queixam de atendimento deficiente, já que os médicos do Ipsemg começaram uma greve de três dias, e denunciam negligência à vítima, que sofria de problemas cardíacos e pressão alta. Segundo a família, ele passou pela triagem, mas recebeu informação da equipe de enfermagem que somente os casos de emergência, em que havia risco de morte, seriam atendidos. O paciente foi medicado ainda no corredor do hospital e, em seguida, liberado.

Revoltada com a situação, a mulher da vítima, Rosa de Jesus Souza Silva, contou que a busca por atendimento teve início na última quarta-feira, mas segundo ela, foi negado. Nessa segunda-feira, o homem retornou ao hospital e foi atendido ainda no corredor da unidade. "A pressão dele estava muito alta e eu pedi para os médicos que não o liberasse, mas eles disseram que ele já estava bom até para trabalhar e recebeu alta", disse.

Na manhã desta terça-feira, Aguimaé voltou a sentir fortes dores no peito, não resistiu e morreu dentro de casa. "É muito estranho que tenham mandado um doente naquelas circunstâncias para casa, quando nem tinha capacidade para andar sozinho", lamenta Rosa. Uma ambulância do Samu foi acionada ao local, mas quando o resgate chegou, o homem já estava morto.

A assessoria de comunicação do Ipsemg foi procurada e informou que vai checar as informações para se manifestar sobre o assunto.

Greve

Nessa segunda-feira, os médicos começaram uma greve de três dias. A categoria negocia com a direção do instituto o aumento dos salários e melhores condições de trabalho.

Na semana passada, o caos já havia se instalado na unidade, após uma paralisação de um dia (na quinta-feira) de 70% dos 4.600 servidores do Ipsemg em todo o Estado. As manifestações, tanto de médicos quanto dos demais servidores, se justificam - segundo argumento de ambas as categorias - pelo "sucateamento" dos serviços.

Desde o dia 20 de março, todas as cirurgias eletivas agendadas no Israel Pinheiro foram suspensas, e a oferta de leitos caiu para menos da metade (de 290 para 141). A reportagem de O TEMPO relatou inúmeras denúncias de casos de servidores conveniados que viajaram por horas até a capital e voltaram para casa sem serem atendidos.

A paralisação dos médicos está sendo anunciada desde a semana passada. A categoria promete suspender até quarta-feira as consultas e os atendimentos. Entre as reivindicações dos grevistas estão a realização de concurso público para preenchimento de novas vagas, reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

Fonte: O Tempo
(Incluída em 30/03/2010 às 18:48)

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